INTERCÂMBIO

Canadá é da hora!

Escolas com excelente infraestrutura e ensino, diploma reconhecido no Brasil, além de uma interessante experiência no Exterior, levam cada vez mais estudantes para o país norte-americano

Bruna Mozer
09/02/2014 às 01:41.
Atualizado em 26/04/2022 às 22:08

Aprender inglês em um verdadeiro mergulho no idioma, a busca por uma experiência em outro país, além da oferta de boa estrutura educacional, têm motivado brasileiros a procurarem cada vez mais programas de intercâmbio no Canadá. A Canadian International Student Services (CISS) é uma das principais companhias que mantém parceria com agências em todo o Brasil e com escolas em várias cidades do Canadá. E, segundo seus representantes, o número de brasileiros que participam do programa High School — o mais procurado — já chega a 300 ao ano. A quantia representa quase a metade dos intercambistas de todo o mundo que chegam ao território canadense. No Camp, programa para o período de férias — de três a quatro semanas — o número de brasileiros varia entre 50 e 70 brasileiros por período. E não é à toa que os laços entre o Brasil e Canadá se estreitam cada vez mais. Os programas deixam qualquer jovem entusiasmado, principalmente o High School. Nele, o estudante pode completar o Ensino Médio em escolas públicas ou privadas em mais de 50 cidades. O adolescente permanece hospedado em uma casa de família que passa a ser guardiã do aluno durante a sua estadia no país, além da supervisão da CISS.A experiência é incrível. A estrutura das escolas públicas é notável e equivalente — senão mais — a das particulares do Brasil. Além disso, o intercâmbio permite a vivência em uma comunidade escolar típica dos filmes norte-americanos: armários espalhados pelos corredores, construções de tijolos à vista e as tradicionais quadras de esportes que são transformadas em palcos para apresentações estudantis. Mas, aventuras à parte, tão interessante quanto morar por um tempo no estrangeiro, é a experiência do sistema de ensino do Canadá. Lá, o aluno tem de cursar matérias obrigatórias e outras que ficam a seu critério. As disciplinas vão desde aulas de culinária, moda, francês, carpintaria até esportes e artes. As escolas possuem laboratórios equipados para cada curso escolhido, professores especializados e uma verdadeira alavanca para o desenvolvimento pessoal.A consultora do CISS Kelly Camponucci faz um alerta: responsável pelo acompanhamento dos brasileiros durante o intercâmbio, afirma que para ter um melhor aproveitamento do programa, o aconselhável é que o sejam realizados dois períodos escolares. Isso porque, o Ministério da Educação do Brasil exige que os brasileiros cumpram, obrigatoriamente, disciplinas de matemática, inglês, sociais e ciências. “Como são apenas quatro matérias por semestre, o intercambista acaba perdendo a oportunidade de frequentar aulas opcionais que as escolas proporcionam", afirma a consultora. Dessa forma, ao optar pelo programa de um ano, o aluno poderá fazer duas disciplinas obrigatórias por semestre, além das opcionais, segundo ela.No programa High School, o intercambista pode completar tanto o Ensino Médio em apenas um período, o equivalente a um semestre e continuar seus estudos no Brasil. De acordo com o CISS, o programa na particular custa entre 50 mil e 60 mil dólares canadenses (cerca de R$ 115 mil) por ano. Na pública, o valor varia entre 12 a 16 mil dólares canadenses (cerca de R$ 27 mil e 36 mil). Nas duas opções, estão inclusos os gastos com a estadia (refeições, material escolar, documentação, entre outros custos básicos) e só não inclui gastos pessoais, como passeios e compras. O destinoA gerente de marketing do CISS, Janet Stvan, avalia a procura maior pelo Canadá em comparação a outros países mais tradicionais como os Estados Unidos, por exemplo, deve-se a boa estrutura social e urbana. “O Canadá é um país muito seguro e somos muito amigáveis com os estrangeiros”, afirma.Outro atrativo, segundo Janet, é pelo fato dos programas permitirem que o intercambista escolha a cidade onde quer estudar. “Tem aluno que gosta de esquiar, por exemplo. Então daremos a ele a opção de morar em uma cidade onde ele tenha essa oportunidade”, explica.Entre os destinos mais escolhidos pelos brasileiros está a região de British Columbia, onde está localizada Vancouver e Victoria — cidades montanhosas e de belas paisagens. Mas Janet alerta que há um cuidado especial para evitar que as escolas recebam número grande de brasileiros, justamente para estimular que eles interajam com a cultura local e, principalmente, treinem o inglês. Montreal, na província de Quebec, é o destino mais procurado daqueles que querem aprimorar o francês, já que é uma cidade bilíngue e a segunda do mundo que mais usa o idioma, depois de Paris. Encantadoramente, Montreal oferece um mergulho nos dois idiomas. Basta andar pela cidade para, naturalmente, deparar-se com placas em inglês e cardápios em francês. Famílias ou HomestayAfinidades e gostos pessoais dos alunos também são levados em conta na hora de escolher a casa onde ficarão hospedados. Segundo Kelly Camponucci, são cruzadas informações sobre a família interessada e o estudante para que ambos possam ter maior número de afinidades entre si. “Se um aluno gosta de futebol, por exemplo, podemos escolher uma família onde o pai é treinador”, afirma a consultora. Em outros casos, boa parte dos intercambistas se hospedam na casa de chineses, argentinos ou mexicanos. “Minha família é chilena, mas mantém muito as tradições canadenses, falamos em inglês o tempo todo”, conta Tullia Sebastiani, de 16 anos, que estuda em Ottawa.Há situações em que o estudante escolhe a casa em que quer ficar. Isso acontece com frequência em casos parecidos como o de Mariana Frioli, de 16 anos, de Sorocaba, que optou pela mesma casa onde a irmã dela permaneceu anos antes. “A família disse que eu poderia ficar também. Como já nos conhecíamos e sabíamos que eram superlegais, decidi que sim”, disse. Mariana estuda em uma escola de Oshawa, a 50 quilômetros de Toronto.Os trabalhos domésticos também são divididos. Diferente do Brasil, a maior parte das famílias canadenses não têm empregadas domésticas. “Quando cheguei aqui, achei estranho, mas me acostumei. Sou responsável por deixar meu quarto e banheiro limpos”, conta Fernanda Peronti, de 16 anos, que faz intercâmbio em Vancouver. Ela, assim como seus colegas brasileiros, enfrenta a experiência de cuidar da casa e dividir os trabalhos com os filhos dos anfitriões. “Em casa, no Brasil, era totalmente diferente. Mas a gente acaba se acostumando e é bom”, conta o estudante que vive em Vancouver Ian Castello, de Recife. "Sensação de liberdade"O campineiro Yuri Mello, de 18 anos, acaba de desembarcar do Canadá. Os quase seis meses fora de casa garantiram mais maturidade ao jovem, que estudou e ficou hospedado na Capital, Ottawa. “As escolas canadenses passam uma sensação de liberdade maior. Não usamos uniforme e podemos escolher aulas práticas que tenham mais a ver com nossa afinidade e o que pretendemos fazer na faculdade”, disse o rapaz que estudou em uma escola pública, a Brookfield High School. Yuri ficou hospedado em uma casa de família canadense e compartilhou com ela o dia a dia e a cultura do país — os pais o levaram a um jogo de hockey. “Eu fiz muitas amizades, tanto com brasileiros quanto com estrangeiros. Senti que os brasileiros são bem tratados e recebidos no Canadá”, disse. Além de um filho de 24 anos do casal que recebeu Yuri, ele dividiu a casa com um intercambista chinês e outro espanhol. Recém-chegado, o estudante segue rumo ao último ano do Ensino Médio e para o vestibular. "Não sabia falar inglês"Matheus Thiago Santos, de 15 anos, chegou a Montreal em 2012. O adolescente de Brasília chegou à escola como um intercambista, mas não sabia falar nada do idioma. Um ano depois, conversa tranquilamente e apresenta evolução, segundo os próprios professores. “A escola tem desenvolvido aulas especiais para auxiliar os intercambistas para que tenham base e possam acompanhar as aulas normais”, explica. "Escolhi o Canadá pela receptividade"Mike Campos, de 16 anos, estuda em Ottawa, e afirma que a experiência permitiu que ampliasse seu conhecimento, tanto cultural quanto pessoal. Mike quer prestar jornalismo na Universidade de São Paulo (USP). O intercambista estuda na Brookfield High School junto com outros dois brasileiros: Francisco Galindo, de 15 anos, de Recife, e Tullia Sebastiani, de 16 anos, de São Paulo. Voando para o Canadá A Air Canada, empresa que está entre as 20 maiores aéreas do mundo, e em 2013, serviu cerca de 35 milhões de passageiros, opera voos diários e non-stop entre o Canadá e o Brasil, seu principal destino na América do Sul. Os voos partem do Rio e São Paulo. A companhia oferece serviços diretos para 60 cidades canadenses, 49 destinos nos Estados Unidos e 67 cidades na Europa, Oriente Médio, Ásia, Austrália, Caribe, México e América do Sul. Até o mês que vem, a rota Brasil-Canadá será operada pelo Boeing 777-300 ER, equipado com a International Business Class, que tem, entre outros ítens de conforto, poltronas que reclinam 180° e têm entrada USB e luz individual para leitura, menu a la carte, exclusiva carta de vinhos e atendimento personalizado. Além disso, o moderno sistema de entretenimento oferece 150 opções de filmes. Este ano, a Air Canada foi eleita a melhor companhia aérea de longo alcance das américas em pesquisa realizada com passageiros pelo site de segurança aérea e produto, o AirlineRatings.com. Informação em: www.aircanada.com.brVisto de residente temporárioO governo canadense anunciou no fim da semana passada que, quem tirar o visto de residente temporário poderá visitar o país quantas vezes quiser, ou seja, com múltiplas entradas, dentro do período máximo de até cinco anos. O oficial da imigração poderá designar uma validade do visto inferior, conforme o perfil do requerente. O limite de permanência máxima no país continua sendo de 6 meses. O objetivo é acelerar a economia local, e de simplificar o trâmite para emissão de vistos consulares, já que, desta forma, os turistas poderão visitar o país mais vezes, sem ter que tirar visto cada vez que for viajar. A mudança é válida para quem ainda vai tirar o visto canadense. Quem já tirou o visto anteriormente não precisará solicitar o documento de novo, pois já terá um visto ainda válido. O visto de residente temporário é indicado para quem vai viajar a turismo, negócios, trânsito, ou para quem vai estudar até 24 semanas, e permite a permanência no país por, no máximo, seis meses, a cada entrada. A jornalista Bruna Mozer viajou ao Canadá a convite da Canadian International Student Services e Canadian Tourism Commission (CTC) 

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