CÂMARA

Zimbaldi diz que carros continuarão com adesivo

Presidente da Casa rebate projeto proposto por Paulo Galterio

Maria Teresa Costa
23/02/2018 às 20:46.
Atualizado em 22/04/2022 às 14:26
Um dos carros oficiais utilizados por vereadores: brasão de Campinas e o número do gabinete na porta (Leandro Ferreira/AAN)

Um dos carros oficiais utilizados por vereadores: brasão de Campinas e o número do gabinete na porta (Leandro Ferreira/AAN)

O presidente da Câmara, Rafa Zimbaldi (PP), garantiu na sexta-feira que os carros oficiais dos vereadores continuarão com identificação, independentemente do resultado da votação do projeto proposto por Paulo Galterio (PSB) que, em nome da segurança, quer que os veículos dos parlamentares não tragam mais na porta o brasão de Campinas e o número do gabinete. “A falta de segurança não é do vereador, mas da população. No momento em que se discute mais transparência na atuação dos poderes, um projeto como esse vai na contramão do que a população deseja e tira dela a chance de fiscalizar”, afirmou. Zimbaldi disse que a manutenção da identificação dos veículos é uma decisão da Mesa Diretora e que, pelo menos até o final de dezembro, quando haverá nova eleição para a Mesa, os carros continuarão adesivados. O presidente observou que os carros oficiais são instrumento de trabalho do mandato do parlamentar e não para uso pessoal, como transportá-lo de casa ao trabalho e vice-versa ou para ser utilizado em atividades de lazer. O projeto de Galterio não tem data para ir à votação, mas Zimbaldi acredita que não será aprovado, porque tem sido procurado pelos vereadores, que estão indignados com a proposta e que foram pegos de surpresa com a notícia. O projeto de lei 51/2018 foi protocolado por Galterio dia 19 de fevereiro. Zimbaldi disse não usa carro oficial e que se desloca, mesmo quando em atividades de representação, com seu veículo particular. Também não usam carro oficial os vereadores Vinícius Gratti (PSB) e Tenente Santini (PSD). Cada vereador tem direito a 370 litros mensais de combustível para atender às necessidades de locomoção às suas bases eleitorais. O projeto provocou indignação e nas redes sociais vem recebendo muitas críticas. Um grupo de jovens lançou uma petição on-line para que os vereadores de Campinas passem a utilizar o transporte público no desempenho de suas funções. A coleta de assinaturas começou e ocorre em reação ao projeto apresentado por Galterio que quer remover a identificação dos carros oficiais colocados à disposição dos parlamentares. Galterio diz que, por serem autoridades municipais, os vereadores ficam expostos às violências do trânsito e de pessoas no decorrer de seus deslocamentos. A medida, se for aprovada, afirma o gestor de políticas públicas Cristovan Grazina, integrante do grupo, só diminuirá o controle da sociedade sobre a ação parlamentar. No texto divulgado nas redes, o movimento argumenta que em países referência em gestão pública, como a Suíça, os políticos utilizam transporte público sem qualquer comprometimento de suas atividades parlamentares. Porém, admite-se que em alguns casos poderiam ser fornecidos vales-combustível para os vereadores abastecerem seus próprios carros, caso seja totalmente inviável o uso do transporte público. Para Galterio, no entanto, os carros com a identificação trazem risco. “Na periferia, a população acha que vereador tem altos salários (parlamentares recebem subsídio de R$ 10.070,86 mensais e os gabinetes têm gastos de R$ 46,5 mil ao mês com os sete assessores) e isso nos coloca em evidência e nos expõe muito. O receio nosso não é com a população, mas com a malandragem, que ao ver um carro oficial sabe que ali dentro está um vereador”, disse Galterio. 

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