COMPORTAMENTO

Zelador pedala 120km para rever a família

Foram dois de preparação para encarar viagem de Campinas até Munhoz, no interior de Minas

Gustavo Abdel
29/03/2015 às 05:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 18:09
Allan Bruno Souza Camilo investiu R$ 1,5 mil em peças para sua bicicleta: previsão de 21 horas na estrada (Dominique Torquato/AAN)

Allan Bruno Souza Camilo investiu R$ 1,5 mil em peças para sua bicicleta: previsão de 21 horas na estrada (Dominique Torquato/AAN)

O preparo físico foi intenso nesses últimos dois anos, e o zelador Allan Bruno Souza Camilo, de 33 anos, garante que pedalar 21 horas consecutivas até a cidade mineira Munhoz, a 120 quilômetros de Campinas, não vai ser uma tarefa difícil.   Problema mesmo para ele é segurar a saudade da família que mora no Sul de Minas — há exatos dois anos ele não visita avó, tia, primos e amigos.   O campineiro está prestes a ser pai pela terceira vez, e caso Vinícius resolva nascer bem no fim de semana de sua viagem, mas a esposa tiver companhia enquanto estiver fora, ele já se decidiu: a pedalada, prevista para começar semana que vem, está garantida. Zelador de um condomínio na Vila Teixeira, Allan pedala diariamente 30 quilômetros, 15 deles do Parque Itajaí até o trabalho, e 15 para a volta. Nas quartas-feiras, junto com um grupo de bikers, chega a percorrer um trecho de 60 quilômetros dentro de Campinas. E, de vez em quando, vai e volta de Indaiatuba.   “Coloquei a meta na minha cabeça que vou até Munhoz e comecei a me preparar para a viagem. Estou com saudade da família”, relatou. De carro, o tempo estimado para realizar a viagem até Munhoz é de duas horas e dez minutos. O zelador pretende sair na quinta-feira às 17h e chegar na cidade mineira às 14h do dia seguinte. Segundo ele, essa pode ser a primeira de muitas viagens de bicicleta que virão.   “No trajeto vou fazer uma parada em Bragança Paulista para visitar meu pai e também recuperar as forças. Mas será uma parada rápida, apesar de não o ver faz uns dois anos.” Para a viagem, pretende levar de equipamento uma garupeira, uma corrente reserva, uma câmara de ar e uma bomba. Da sua bicicleta original, uma Canadian, já trocou vários itens, como amortecedor, canote e guidão, gastando com as peças cerca de R$ 1,5 mil, cada mês arrumando alguma coisa.   “Não vou levar nenhum equipamento especial. Capacete também não uso porque me incomoda.” De Munhoz, o zelador pretende pedalar 23 quilômetros até Bueno Brandão, e 47 quilômetros de Bueno Brandão até Pedra Bela, nessa última para visitar pontos turísticos. Com relação à aventura, diz não estar com medo, mas ansioso, e que quase não dorme, aguardando o dia da viagem.   Além da ansiedade, sua esposa Dayna Nakamura, de 27 anos, está para ter bebê e ele está preocupado caso o herdeiro resolva nascer no fim de semana da sua viagem.   Allan deixou claro que não concretizará a jornada se não tiver quem fique com a esposa, que o incentiva, mas já começa a dizer que “se essa história pegar, ela está perdida”, brincou.Segurança?Allan afirmou que não preparou nenhum equipamento de segurança para a sua viagem.   Apetrechos para tornar a circulação mais segura no trânsito em uma bicicleta, como capacete e sinalizadores, principalmente para quem trafega à noite, ainda são pouco utilizados e podem fazer a diferença entre a vida e a morte em caso de acidente.

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