Votação decide sobre proposta antidemissão

O resultado da votação da contraproposta feita pela Prefeitura de Americana para não demitir 563 servidores em estágio probatório será conhecido hoje. A apuração está marcada para começar a partir das 8 horas, na sede do órgão. Entre as propostas da prefeitura estão a possibilidade de adesão ao Programa de Demissão Voluntária (PDV), licença de dois anos sem remuneração e revogação do reajuste salarial de 6,22% concedido no início do ano. A votação da proposta terminou na última sexta-feira e, se a maioria não aceitar as condições do Executivo, as demissões serão realizadas e a greve deflagrada no decorrer da semana, após os trâmites burocráticos. O prefeito Omar Najar (PDMB) diz que já está preparado para a greve, e afirma que o segundo semestre será de muitas dificuldades financeiras. Ele espera iniciar a recuperação da cidade somente no ano que vem. Dificuldade O peemedebista reconheceu que dificilmente a maioria dos servidores aceitará a proposta realizada pelo Executivo e afirma não temer por uma greve geral nesta semana. “A gente tem mantido o diálogo, mas se eles acharem por bem a greve, estamos prontos. Estamos falando de 563 funcionários que podem ser demitidos e temos mais de 5 mil servidores. Por isso, acho que as propostas não devem passar na votação. Ai, a decisão estará na mão deles, não podemos paralisar a cidade”, disse. Para Omar, a melhor opção seria os servidores aceitarem a licença de dois anos sem remuneração. Isso traria alívio imediato para os cofres públicos e permitiria a cidade recontratar esses funcionários após conseguir reequilibrar as finanças da prefeitura. Mesmo se for necessário demitir os 563 servidores em estágio probatório, Omar não descarta ampliar ainda mais o número de demissões se não atingir o limite de 54% da arrecadação com a folha de pagamento, conforme exige a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Impacto “Se eles concordarem com a licença sem remuneração o impacto na folha seria imediato. Os servidores ficariam em stand-by e na hora que a prefeitura chamasse eles poderiam voltar. Agora, se não conseguirmos atingir os 54%, haverão novos cortes. É humanamente impossível. Quando assumi a prefeitura, gastava 72% da arrecadação com a folha”, reclamou. O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Americana (Sspma), Antonio Forti, também acredita que dificilmente a cidade escapará de uma nova greve. “Tudo indica que sim (haverá greve). Visitamos todos os setores da prefeitura e a votação foi realizada até sexta-feira. Se ele não retroceder das demissões, sem dúvida vamos parar. O pessoal está revoltado”, contou.Balanço Najar completou, no início de julho, seis meses à frente da Prefeitura de Americana. Ele fez um balanço do período e reconhece que até o final do ano a cidade vai passar por períodos de extrema dificuldade. A estimativa do prefeito é que a partir de janeiro do ano que vem Americana recupere a capacidade de investimento com a entrada de recursos, principalmente do Imposto sobre a Propriedade de Veículo Automotor (Ipva). “Estamos procurando manter a cidade da melhor maneira. Tenho perspectiva de até o final do ano passar por maus bocados e partir de janeiro tenho a certeza que vamos colocar a casa em ordem”, avalia. A prefeitura entrou com um pedido na Justiça para conseguir a Certidão Negativa de Débitos (CND) e aguarda um parecer da Receita Federal. Caso consiga a CND, poderá voltar a receber recursos estaduais e federais para investir na cidade. Com relação aos R$ 145 milhões devidos a fornecedores, Najar disse que está chamando um por um para negociar.