SECA

Volume de chuva no 1º semestre foi aquém do previsto

Entre janeiro e junho deste ano choveu 17% a menos do que a média histórica do período; abril foi o mês mais seco

Henrique Hein
henrique.hein@rac.com.br
05/07/2020 às 09:29.
Atualizado em 28/03/2022 às 23:10

Ana Ávila, do Cepagri, esclarece que o Outono foi mais seco por causa de um sistema de bloqueio atmosférico (Unicamp/Divulgação)

Nem mesmo o alto índice pluviométrico de junho — que registrou 85,1mm de chuva em Campinas, praticamente o dobro do volume esperado para mês (42,8mm) — foi o suficiente para impedir que o primeiro semestre de 2020 terminasse com uma precipitação muito abaixo do normal. Isso porque, entre janeiro e junho deste ano, choveu 17% a menos do que o previsto: foram 659,1 milímetros (mm) computados, sendo que pela média histórica eram esperados 794,7mm. As informações são do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Com exceção aos meses de fevereiro e junho, nos quais o índice foi maior do que esperado, nos demais meses a diferença entre o previsto e o que de fato choveu chamou a atenção. Em abril, por exemplo, houve ausência total de chuvas pela primeira vez desde o início da série histórica, em 1989. Até então, o menor volume acumulado para o mês, de 4mm, havia sido registrado em 2000. Além disso, em março e maio, a quantidade de chuvas também ficou aquém do imaginado: foram 47mm e 13mm computados em cada mês, quando na verdade o padrão é de 162mm e 61,7mm, respectivamente. Segundo Ana Ávila, pesquisadora do Cepagri, a ausência de chuvas no primeiro semestre está diretamente relacionada à maneira como alguns fenômenos climatológicos atuaram na região em 2020. “Nós temos um fenômeno no Verão chamado de Zona de Convergência do Atlântico Sul, que provoca volumes mais expressivos de chuvas. Porém, praticamente não tivemos esse fenômeno atuando na nossa região”, destacou a especialista. “O Outono também foi mais seco por causa de um sistema de bloqueio atmosférico. A gente basicamente não teve a entrada de frentes frias e nem de chuvas. Simplesmente, entrou o Outono e secou a atmosfera na nossa região.” Questionada se haveria como apontar uma previsão para o segundo semestre, Ana respondeu que não há como fazer uma análise mais detalhada do clima e das chuvas em longo prazo. “Se a gente for seguir a climatologia, com base em anos anteriores, o retorno das chuvas de maneira mais constante deve ocorrer em novembro. Até lá, a gente espera um período mais seco. Mas, vale lembrar que a gente pode ter alguma variabilidade natural, que seriam situações atípicas.” 

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