EDUCAÇÃO

Volta às aulas tem falta de vagas e carteiras

Alunos de escola municipal na Vila San Martin foram surpreendidos com falta de estrutura e tiveram aulas suspensas

Alenita Ramirez
alenita.jesus@rac.com.br
05/02/2018 às 21:02.
Atualizado em 22/04/2022 às 12:42

Selma dos Santos Oliveira não conseguiu vaga na escola para a filha, que estudava na Bahia e veio neste ano para morar com os pais em Campinas (Patrícia Domingos/AAN)

A volta às aulas na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Edson Luis Lima Souto, na Vila San Martin, em Campinas, segunda-feira, foi de tensão para os pais e alunos. Para a turma do quinto ano não havia carteiras e todos acabaram dispensados pela diretoria. Além disso, pais que não conseguiram vaga se desesperaram com os filhos fora da escola, e os pais que conseguiram no final do ano passado vaga para o 1º ano na unidade ficaram surpresos ao saber que as crianças estudarão no mesmo período dos adolescentes. O primeiro dia do ano letivo na rede municipal começou nesta segunda-feira. Ao todo, 65 mil alunos voltaram às aulas. Só na Emef Edson Luis Lima Souto são 571 alunos do 1º ao 9º ano. Quando os estudantes chegaram à escola, duas salas de aula da turma do 5º ano estavam sem carteiras. Os pais que acompanhavam os filhos ficaram revoltados. Os professores se recusaram a dar aulas e, no meio do período, os alunos das salas foram dispensados pela falta das carteiras para apoiar os cadernos. Segundo algumas mães, um dos alunos queria permanecer na sala de todo jeito para estudar. Ainda segundo elas, as carteiras estavam quebradas no fundo da escola desde o final do ano passado e a direção já havia pedido um lote de reposição. Outra queixa era falta de vagas na unidade. Com uma filha de 9 anos, aluna da 4ª série, a desempregada Selma dos Santos Oliveira, de 31 anos, não conseguiu vaga. Até final do ano passado, a menina estudava na Bahia e veio morar com os pais em Campinas neste ano. Selma disse que antes de buscar a filha pediu vaga na escola o que lhe foi garantida. “Fui fazer a matrícula e me disseram que não tinha mais vaga. Me mandaram para outra escola, bem distante daqui, onde é preciso pagar transporte escolar, mas estou desempregada, pago aluguel, estou grávida e tenho outro filho pequeno. Não tenho condições”, disse Selma. “Minha filha sofre de ansiedade e está desesperada. Ela gosta de estudar e tem medo de não conseguir vaga”, acrescentou. No período da tarde, também houve confusão na escola. Pais de alunos da 1ª série ficaram indignados, pois as crianças de 6 anos foram colocadas para estudar no mesmo período de alunos adolescentes. “Eu fico preocupada, pois meu filho é muito ingênuo e ficar junto com alunos de mais de 12 anos é complicado. A direção garantiu que o intervalo deles será em horário diferente, mas, mesmo assim, preocupa”, disse a dona de casa Maria Gelciane de Sousa, de 29 anos. Pais de outras unidades também se queixaram da falta de uniformes. Em nota, a Secretaria de Educação garantiu que foram entregues, no final da manhã de segunda-feira, as carteiras que deveriam ter sido entregues na sexta-feira passada. Mas que houve um problema de logística e a reposição não ocorreu. “A Secretaria de Educação vai apurar as responsabilidades. As aulas da manhã desta segunda-feira serão compensadas. À tarde, as atividades serão normais”, informou. Em relação aos uniformes, a Secretaria de Educação informou na semana passada que, devido à crise econômica que afetou a Prefeitura, os uniformes foram adquiridos apenas em janeiro e, por conta de prazos contratuais, só chegarão às escolas em março, quase no fim do primeiro trimestre escolar. Ao todo, serão entregues 54,5 mil kits de uniformes para os alunos da rede com investimento de R$ 5,3 milhões. Sobre o caso da falta de vaga para a filha de Selma, a Secretaria disse que vai checar o caso, uma vez que não tinha conhecimento. Em relação a turma do 1º ano no período da tarde, a Pasta informou que não havia vagas e os alunos estavam sendo direcionados para uma escola muito distante. De ônibus, as crianças demorariam 1h30 para chegar até a unidade. Porém, houve uma reunião no final do ano passado com os pais e foi proposta a criação da sala no período da tarde, com aprovação dos responsáveis. São cerca de 30 crianças e a Secretaria não vê riscos na inclusão desta turma no mesmo período dos maiores.

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