APÓS GREVE

Visitas a presos são liberadas em cinco unidades

As visitas seguem proibidas apenas para a P4, (CDP/Campinas), de onde teria partido a ordem de matar o diretor de disciplina e agentes penitenciários

Alenita Ramirez
25/07/2015 às 16:10.
Atualizado em 23/04/2022 às 07:24
Mulher se dirige à unidade do complexo Campinas/Hortolândia (Alenita Ramirez/ AAN)

Mulher se dirige à unidade do complexo Campinas/Hortolândia (Alenita Ramirez/ AAN)

O movimento de visitas no complexo penitenciário Campinas/Hortolândia neste sábado pela manhã (25) foi tranquilo. As visitas foram liberadas para cinco unidades e seguem proibidas apenas para a P4, (CDP/Campinas), de onde teria partido a ordem de matar o diretor de disciplina e agentes penitenciários. O castigo, que inclui a proibição do banho de sol, segue até final deste mês. A greve dos agentes no complexo foi encerrada na quinta-feira (23), no período da tarde, após o diretor do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp), Carlos Rufino, constatar ameaças tanto pelo Estado como por organizações criminosas. Fotos Os grevistas flagraram, por várias vezes, carros transitando nas proximidades, com até três ocupantes, que paravam e fotografavam os agentes que, segundo Rufino, estavam em dia de folga. “A gente não sabia de quem se tratava e o motivo que estavam fazendo as fotos. Tivemos notícia de que a coordenadoria fez boletins de ocorrências contra os grevistas. Temos o direito de fazer greve”, comentou Rufino. A greve é contra a decisão da Secretaria de Administração Pública (SAP) em punir 32 agentes penitenciários que participaram da greve do ano passado. Segundo o Sindasp o Estado acordou em não punir os servidores, mas a SAP negou o acordo e frisou que o Estado não tolera excessos e que foi apurado que houve extravagância por parte de alguns grevistas. A categoria promete passeata para o dia 29 na Capital. População carcerária O complexo penitenciário abriga cerca de 8,3 mil presos e todas as unidades estão acima da capacidade. Só a P4 tem 1.827 presos, quando o espaço físico é para 822. Esta unidade recebe presos das delegacias das cidades de Campinas, Valinhos, Vinhedo, Indaiatuba e Paulínia. Em média, Campinas envia ao menos 25 presos por dia para a unidade. São presos que aguardam julgamento e, segundo os agentes, foi desta unidade que partiu a ordem para os ataques contra os agentes. A sentença foi dada através de carta e encaminhada a integrantes da facção criminosa, por familiares durante visitas. Dois presos foram apontados como mandantes e foram levados para castigo na penitenciária de Avaré. Ataque A ordem teria ocorrido no mês passado e começou a ser cumprida no início deste mês, quando um agente de muralha foi seguido até sua casa no Jardim Adelaide, em Hortolândia, e baleado nas costas por homens em um carro e em uma moto. Uma semana depois, outro agente, que trabalhava na enfermaria, foi morto a tiros quando seguia para casa. Ele foi atacado na alça de acesso da Rodovia Anhanguera para a Dom Pedro I. No dia seguinte ao crime, no dia 17, os agentes protestaram contra os crimes e impediram as visitas no complexo. “Os agentes estão assustados e precisamos de segurança. Já pedimos coletes e a liberação de armas 24 horas para os servidores” , disse Rufino.

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