PARCERIA

Viracopos vira laboratório para teste de gramas

Aeroporto será o primeiro do País a experimentar e escolher o melhor capim para margear a pista

Fabiana Marchezi/Especial para AAN
12/06/2013 às 06:30.
Atualizado em 25/04/2022 às 12:35

O Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, será o primeiro do País a testar e escolher o melhor tipo de gramado para margear a pista de decolagem e pouso das aeronaves.

A Embrapa Pecuária Sudeste e a empresa Aeroportos Brasil Viracopos assinaram contrato de cooperação técnica para identificar gramas mais adequadas à cobertura vegetal das margens da pista.

Durante dois anos, a partir do próximo semestre, a Embrapa vai testar no terminal oito dos 50 tipos nativos de grama que foram pré-selecionados em experimentos já realizados pela empresa.

O trabalho complementa o projeto de pesquisa Gramados, iniciado em 2011, com o objetivo de encontrar espécies nativas de grama para fins paisagísticos e de recobrimento de extensas superfícies de solo, aproveitando a diversidade da flora brasileira.

“Durante o projeto, nós pesquisamos 50 tipos de capim e selecionamos oito para testar em Viracopos. Para a escolha, avaliamos a velocidade de cobertura do solo, o menor número de podas, presença de plantas invasoras, o grau de satisfação de uso e a beleza da grama. Um gramado uniforme torna a paisagem mais agradável”, explicou o pesquisador Francisco Dübbern de Souza, responsável pelo projeto. Os resultados serão comparados com a cobertura vegetal já existente no local.

O gasto com a manutenção das extensas áreas é uma preocupação para a concessionária, principalmente diante da grande expansão do aeroporto. Espera-se que a identificação de gramas de baixo potencial de crescimento e de manutenção simples permita reduzir esses gastos.

Até a conclusão da pesquisa, em 2015, a Embrapa pretende liberar para uso comercial cultivares para cobertura vegetal de superfícies com baixa manutenção, tais como margens de rodovias e de pistas de aeroportos, parques públicos, e na contenção de taludes. Em Viracopos, os experimentos serão realizados em duas áreas, representativas das condições de solo mais comuns no aeroporto. Segundo o pesquisador, é importante testar os tipos de grama em condições reais de uso. “Fazer experimentos com o usuário final da tecnologia aumenta as chances de o produto ser incorporado de forma rápida e efetiva pelo mercado. Dependendo do tipo, em oitenta ou cem dias, o gramado já está uniforme”, disse.

Alguns benefícios ambientais também poderão resultar da cooperação. O cultivo de gramas bem adaptadas contribui para reduzir poeiras, erosões e vários poluentes, além de melhorar a infiltração no solo da água de chuvas. “O capim fixa o gás carbônico. Pesquisas já comprovam que 68 metros quadrados de grama produz o oxigênio consumido por uma pessoa no ano e absorve o gás carbônico eliminado por uma pessoa no mesmo período. Por isso, a importância de deixar o ambiente mais verde”, afirmou.

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