SUL

Viracopos vai adequar acesso a bairro

Administração do aeroporto se comprometeu a recuperar estrada de terra para o Fogueteiro

Rogério Verzignasse
16/04/2013 às 08:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 20:11
Os irmãos Abacherly usam o acesso improvisado para entrar na pista, dividindo a via com caminhões usados na ampliação do aeroporto  (Dominique Torquato/AAN)

Os irmãos Abacherly usam o acesso improvisado para entrar na pista, dividindo a via com caminhões usados na ampliação do aeroporto (Dominique Torquato/AAN)

Um acordo firmado ontem, entre agricultores e administradores do Aeroporto Internacional de Viracopos, colocou ponto final em uma polêmica que se arrastava há quase quatro meses. Os habitantes do bairro rural do Fogueteiro, no limite de Campinas com Indaiatuba, estavam furiosos com o fechamento do acesso que ligava a principal estrada vicinal da região à via asfaltada que margeia o sítio aeroportuário, e permitia acesso rápido dos moradores à SP-75. A direção da Aeroportos Brasil (administradora do complexo) impediu o fluxo de veículos comuns no trecho da obra de ampliação do terminal. E os produtores rurais eram obrigados a trafegar por um estradão abandonado de terra, todo esburacado, que aumenta o trajeto em quase três quilômetros.

Desde o final de janeiro, os lavradores se cansaram de protestar. Tanto é que chegaram a remover um alambrado próximo do sítio aeroportuário e improvisar um novo acesso à via asfaltada. O caminho continua aberto, mas o perigo é notável. O sitiante, dirigindo carro de passeio, se arrisca a transitar no trecho em obras, com movimentação intensa de caminhões carregados e tratores.

Na reunião da manhã de ontem, ficou acertado que Viracopos poderá manter o antigo acesso fechado, assim como fechar o novo acesso improvisado, desde que invista na recuperação emergencial do estradão usado como desvio. A assembleia foi organizada no Sítio São José, conhecido polo de turismo rural no Fogueteiro. Lá, o gerente de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Aeroportos Brasil, Sérgio Rugai, explicou, mostrando uma fotografia aérea da região, os trechos da vicinal que serão nivelados e cascalhados.

Rugai, falando aos lavradores, afirmou que a concessionária errou ao fechar o acesso em janeiro, sem antes ouvir a população. “Tomamos uma decisão emergencial. Havia preocupação da empresa com o risco de acidentes, e também com a segurança do próprio sítio aeroportuário”, disse. Até sexta-feira, prometeu, motoniveladoras vão percorrer o trecho, que também vai ser cascalhado. O gerente também informou que existe um acordo fechado com as forças policiais para rondas preventivas em todo o desvio (onde já aconteceram assaltos a motoristas).

Alívio

A promessa de Rugai deixou aliviados produtores rurais como os irmãos José Xavier (o Zelão) e José Roberto Abacherly, proprietários do Sítio São José. “Hoje é impossível circular pelo desvio. O governo municipal, historicamente, despreza os bairros rurais e simplesmente não faz a manutenção das vicinais”, reclama Zelão. Representante dos sitiantes no encontro, ele afirma que centenas de famílias residentes da área já dependeram de favores dos servidores de Indaiatuba, que estenderam obras de manutenção para além do limite campineiro, sensibilizados com a situação. No encontro, os participantes lembram de empresas indaiatubanas que, por conta própria, taparam buracos, desmataram trechos, instalaram galerias pluviais. “O acordo com o aeroporto conforta uma gente que trabalha duro, e é desprezada pela Prefeitura há décadas”, diz,

As queixas de Zelão, por sinal, foram confirmadas pelo próprio administrador regional José Gonçalves, também presente na reunião de ontem. Com a experiência de quem ocupou o mesmo cardo entre 1989 e 1992 (governo Bittar), ele afirma que a Prefeitura deixou de investir em equipamentos e pessoal nos governos que se sucederam. “À frente da AR-12, eu já comandei 120 servidores. Hoje comando sete. Faltam máquinas, faltam veículos. A esperança é que o governo Jonas reequipe as ARs sucateadas”, fala.

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