atração de voos

Viracopos trabalha por tarifa menor

A Aeroportos Brasil Viracopos, concessionária que administra o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, trabalha para reduzir os custos

Daniel de Camargo
02/08/2019 às 08:03.
Atualizado em 30/03/2022 às 19:07

A Aeroportos Brasil Viracopos, concessionária que administra o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, trabalha para reduzir os custos finais praticados na comercialização dos bilhetes. De acordo com o diretor de operações da empresa, Marcelo Oliveira Mota, o caminho é trazer novas companhias aéreas para o terminal. "Estamos até oferecendo incentivos: abrindo mão de receitas", destacou, sobre as negociações. As declarações foram dadas durante o Fórum RAC 2019, que debateu os desafios e oportunidades para os setores de transporte e logística no Estado de São Paulo. O evento, idealizado e organizado pelo Grupo RAC, aconteceu anteontem, no Expo D. Pedro. Mota esclareceu que "o preço da passagem área absolutamente não é influenciado pelo aeroporto". "As tarifas relacionadas ao pouso, decolagem, embarque e para uso do terminal de passageiros são similares no Brasil inteiro", comentou. O executivo contextualizou que em Viracopos falta concorrência. Presente no simpósio, o prefeito de Jaguariúna, Gustavo Reis (MDB), disse que o valor das passagens aéreas no terminal campineiro é uma questão muito debatida entre os chefes do Executivo da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Em suas palavras, Viracopos é grandioso, seguro e confortável. Reis afirma, entretanto, que muitos passageiros preferem viajar por Congonhas ou Guarulhos para economizarem dinheiro. "A tarifa de Viracopos nos obriga a pegar o carro, estrada e pagar pedágio", assegurou. Mota endossou o discurso, e informou que a sociedade tem que se fazer atuante nessa empreitada, pressionando a companhia aérea. Novos voos O Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, deve ganhar pelo menos 20 novas operações de voo. A quantidade exata e os destinos ainda não foram definidos, mas já há uma conversa com as companhias áreas Azul, Gol e Latam. A informação é da Aeroportos Brasil Viracopos, concessionária que administra o terminal campineiro, que também prevê um aumento de 15% a 20% na receita oriunda da comercialização de querosene. Diretor de operações da empresa, Marcelo Oliveira Mota esclarece que essas projeções são resultado da lei nº 17.100/2019 sancionada este mês pelo governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB). A regulamentação promoveu a redução da alíquota do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 25% para 12% do combustível de aviação no Estado. A intenção do governo paulista é impulsionar a economia estadual. "Existia, de fato, uma concorrência desleal de outros estados contra São Paulo", analisou. Secretário de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy pontuou que o gasto com combustível representa 35% do custo operacional de um voo. "No Rio de Janeiro esse imposto é de 12%, aqui era 25%. Com incentivos regionais, algumas companhias pagam 4% no Ceará", destacou. Já para agosto, o secretário informou que o Estado prevê 497 novos voos em seus aeroportos. Mota ressaltou que o estudo feito pelo Governo Doria comprou que a mudança vai resultar no aumento no número de passageiros. Sobre os ganhos com a venda de querosene, ele frisa que a responsabilidade pela a operação de fornecimento do combustível dentro de Viracopos fica com as distribuidoras, mas que a concessionária tem participação no negócio. Assembleia de credores é adiada com o aval do BNDES A pedido do consórcio Aeroportos Brasil Viracopos (ABV), foi adiada ontem, mais uma vez, a assembleia de credores em que a concessionária que administra o aeroporto internacional de Campinas pretendia apresentar seu plano de recuperação judicial. Com o aval dos bancos credores, entre eles o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), a proposta de adiamento foi aprovada. Uma nossa assembleia foi marcada para o dia 1º de outubro. Essa assembleia deveria ter sido realizada em maio, depois em junho e acabou adiada para ontem.  O plano de recuperação judicial é considerado essencial para a sobrevivência da concessionária que acumula dívidas de R$ 2,88 bilhões e enfrenta um processo de caducidade, que seria a extinção do contrato de concessão por inadimplência. O adiamento da assembléia é consequência de uma reviravolta no processo, depois da decisão da juíza Thais Migliorança Munhoz, da 8ª Vara Cível de Campinas, a respeito da dívida do consórcio com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Na véspera da assembléia, a justiça reconheceu o direito da agência a uma dívida de R$ 2,1 bilhões do consórcio e não de R$ 14,2 bilhões, como a Anac pleiteava até então. Até agora, a agência reguladora se mantinha como a principal credora da ABV e, por conta disso, teria poder de vetar a aprovação do plano. A partir de agora, o BNDES é o principal credor, com uma dívida de R$ 2,6 bilhões. A redução no valor da dívida pode dar um novo impulso ao processo de recuperação judicial, declarado em junho do ano passado. Agora o banco pretende usar esse tempo para avaliar o cenário da concessão que pode sofrer alterações significativas a partir da decisão da juíza da 8ª vara. O consórcio O diretor de Operações da Aeroportos Brasil Viracopos, Marcelo Oliveira Mota, disse anteontem no Fórum RAC 2019 que existem seis empresas interessadas em investir no negócio, sendo que quatro propostas já chegaram a ser apresentadas e até poderiam ser discutidas na assembléia de ontem. Ele não citou os nomes das empresas, mas o mercado relaciona como interessados o consórcio Zurich Airport e a empresa brasileira IG4 Capital, além do fundo árabe Mubadala, de Abu Dhabi, da francesa ADP (Aérports Paris), CCR (com atuação nos segmentos de concessão de rodovias, mobilidade urbana, aeroportos e serviços), Inframérica e a espanhola Aena. (Tote Nunes/AAN)

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