PREVENÇÃO

Viracopos terá aparelho para remover avião

Em outubro do ano passado, um acidente obstruiu a pista e parou o terminal por dois dias

Inaê Miranda
12/03/2013 às 09:20.
Atualizado em 26/04/2022 às 01:07
O cargueiro MD-11 da empresa norte-americana Centurion parado na pista de Viracopos: 45 horas de bloqueio e 495 voos cancelados (Cedoc/ RAC)

O cargueiro MD-11 da empresa norte-americana Centurion parado na pista de Viracopos: 45 horas de bloqueio e 495 voos cancelados (Cedoc/ RAC)

O Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, vai receber até o fim deste mês o - recovery kit — um conjunto de equipamentos que permite remover qualquer aeronave quebrada da pista.

Trata-se de um empréstimo até o mês de junho, quando está prevista a entrega do equipamento comprado pela concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, que administra o aeroporto campineiro.

A empresa que fez o empréstimo é a mesma responsável pela fabricação do produto. O objetivo da aquisição é evitar incidentes como o de outubro de 2012, quando um avião MD-11 da norte-americana Centurion Cargo deixou a pista interditada por cerca de 45 horas.

O equipamento adquirido pela concessionária está sendo construído pela empresa holandesa Resqtec e deve ser entregue entre os meses de junho e julho deste ano.

Segundo a Aeroportos do Brasil, a Resqtec vai emprestar um aparelho do mesmo modelo sem nenhum custo até julho, além disso vai fazer a capacitação de funcionários do aeroporto para operar o recovery.

Segundo a assessoria de imprensa, o valor do equipamento não pode ser revelado devido a uma cláusula de confidencialidade no contrato de compra.

No entanto, a reportagem apurou que o equipamento da TAM utilizado para a remoção do cargueiro da pista de Viracopos custou aproximadamente R$ 2 milhões. O valor estimado pelo presidente da Aeroportos Brasil Viracopos, em 2012, foi de R$ 3 milhões.

O avião da Centurion cargo que provocou o incidente em Viracopos continua no aeroporto a espera de conserto. A dívida gerada pela permanência da aeronave no pátio ultrapassa R$ 700 mil. A multa por hora, segundo a concessionária, é de R$ 205,07.

Parte da tarifa — R$ 150,90 — é do aeroporto e a outra, o correspondente a R$ 54,17, trata-se do adicional tarifário da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), responsável também por fazer os reajustes da tarifa.

A Centurion Cargo foi procurada, mas o diretor da empresa não foi localizado.

O acidente

Em outubro do ano passado, o MD da Centurion Cargo teve problemas no trem de pouso ao fazer uma aterrissagem. O pneu do lado esquerdo estourou e a aeronave de 130 toneladas tombou.

Além de deixar a única pista de Viracopos bloqueada por 45 horas, paralisou as operações de todo o terminal. O acidente causou o cancelamento de 495 voos e prejudicou ao menos 40 mil passageiros.

A opção foi recorrer à TAM, então proprietária do único recovery kit no Brasil, guardado na cidade de São Carlos, e a única com um grupo especializado na remoção de aeronaves danificadas.

A Centurion foi multada pela Anac em R$ 2,8 milhões pelos transtornos causados à ordem pública pela interdição da pista de Viracopos.

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