DEBATE

Viracopos: Ciesp quer entorno do aeroporto privado

Setor teme falta de agilidade do poder público para resolver entraves que barram desenvolvimento

Maria Teresa Costa
08/09/2013 às 08:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 03:04
Avião decola do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas: setor produtivo planeja privatização também do entorno do terminal ( Cedoc/RAC)

Avião decola do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas: setor produtivo planeja privatização também do entorno do terminal ( Cedoc/RAC)

Aeroportuários (Enaer), Josmar Cappa, não deve mais ser permitido o que ocorre atualmente, onde a discussão do entorno do aeroporto fica à deriva, sujeito à especulação imobiliária. “Isso já está ocorrendo, com empresas que não conhecem a cidade e são direcionadas, pelos especuladores, para municípios que concedem incentivos. Além de perdermos investimentos, ainda convivemos com a evasão fiscal”, disse Cappa, que organiza o Fórum Aeroportuário de Campinas e Negócios Aeroportuário, marcado para o dia 19 de setembro, no Teatro do Sesi. “O controle do processo de desenvolvimento do entorno do aeroporto é necessário para evitar a especulação imobiliária predadora”, disse. José Nunes Filho, do Ciesp, afirmou que a organização espacial de empresas no entorno dos aeroportos amplia as oportunidades para empreendedores, com a consequente geração de empregos qualificados. A tendência, disse, é que Viracopos venha atrair uma série de indústrias, principalmente nos setores de alta tecnologia, responsáveis pela fabricação de produtos de alto valor agregado, como e-commerce, telecomunicações e logística; centros de distribuição, entre outros, que dependem do modal aéreo para o desenvolvimento de seus negócios. Para o professor da PUC-Campinas e presidente da Associação Regional dos Escritórios de Arquitetura (Area), João Manoel Verde, é importante ter um projeto urbanístico para o entorno de Viracopos, mas não apenas para aquela região. “Não adianta nada termos uma perspectiva de futuro só do aeroporto. Precisamos decidir o que queremos de Campinas em 2030, 2030”, afirmou. Verde disse que o plano de gestão da Macrozona 7 feito anteriormente foi “absurdo”, porque não tinha uma plano de remoção das famílias que vivem na área. “Manter moradores ali é cruel, com a quantidade de voos que teremos daqui para frente. Não é só por causa do ruído, mas também do querosene dos aviões que cairá na cabeça daquele povo. É um problema de saúde pública”, disse O arquiteto acredita ser importante a existência de incentivos para atrair a área de logística, comércio, indústria, onde as próprias empresas compram e ocupam as áreas. “Mas é preciso ter antes um plano para a cidade e por isso sempre defendi a implantação de um escritório de planejamento para pensar Campinas, estudar cenários e definir um projeto para cidade”, afirmou.O diretor de operações da concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, Marcelo Motta, informou que há muitas cidades no mundo que constituíram empresas em parceria com o setor privado e, em regime de concessão, passaram a atuar na urbanização das áreas do entorno dos aeroportos, om sucesso. “É inegável que os investimentos no aeroporto serão o maior vetor de indução de outros investimentos, seja em tecnologia, imobiliário, urbanístico”, afirmou.

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