Medo de assaltos e sequestros faz com que moradores de Campinas mudem sua rotina
O crescimento dos índices de violência em Campinas desde o início dos anos 1990 levou os moradores da cidade a uma série de mudanças de hábito em busca de mais segurança e menores riscos de se tornarem vítimas de ações criminosas de todos os tipos, desde simples furtos até roubos, sequestros e homicídios. A constatação é de um levantamento feito pela reportagem do Correio, que entrevistou 100 pessoas de diferentes bairros e faixas etárias na cidade entre os meses de outubro e novembro. Ao todo, 84% dos entrevistados afirmaram que já mudaram pelo menos um hábito de vida por conta de se sentirem inseguros. Eles citaram 37 práticas que foram alteradas: desde o simples ato de deixar os vidros do carro fechados e não parar nos semáforos à noite, por medo de assaltos e sequestro-relâmpago, até medidas mais extremas, como a instalação de alarmes e cerca elétrica em casa, mudança para condomínios e alteração de horários e programas de lazer em finais de semana. Ao todo, 91% dos campineiros entrevistados disseram sentir medo da violência em Campinas (29 deles sentem “muito medo” e 62 sentem “um certo medo”).
O levantamento feito pelo Correio não seguiu nenhuma metodologia e não tem embasamento científico. A reportagem abordou, aleatoriamente, cidadãos que moram em Campinas para responder a um questionário com três perguntas.
“Depois de ter a casa invadida duas vezes, resolvi me mudar para um condomínio fechado. Não estou 100% seguro, mas pelo menos não tive mais a casa invadida”, disse Guilhermino Soares, de 48 anos, morador do Taquaral.
Mas mesmo com a prevenção e cuidados, os casos têm aumentado, principalmente nos últimos meses, depois de alguns anos de queda. De janeiro a outubro deste ano o município registrou 24 casos de roubo por dia (no total foram 7.247 casos). Já os furtos são dois a cada hora registrados na cidade. Foram 15.671 até outubro. Uma preocupação sempre constante das autoridades de segurança pública são os casos de roubo de veículos. De acordo com a Polícia Civil, a maioria ocorre no momento em que a pessoa chega em casa. Ela é abordada pelo bandido armado, ao parar na entrada da garagem. Em outubro, a cidade teve o maior número de carros levados mediante ameaça dos últimos 22 meses. Foram 522 registros — 17 carros levados por dia. O número de furtos de veículos em outubro também foi o maior dos últimos 22 meses em Campinas. Foram 556 casos.
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