Segundo o vereador e líder do movimento de moradia, William Souza, é a 1ª vez que o grupo ficou um ano sem ameaças de qualquer pedido de reintegração de posse
Moradores comemoram data com 140 quilos de bolo feitos pelo confeiteiro Joás Bezerra: 20 horas de preparo (Leandro Ferreira/AAN)
Moradores da Vila Soma comemoraram na manhã deste domingo (2), com bolo e refrigerante, os cinco anos de ocupação. Segundo o vereador e líder do movimento de moradia, William Souza, esta é a primeira vez que o grupo ficou um ano sem ameaças de qualquer pedido de reintegração de posse. Ainda segundo Souza, outro motivo para a comemoração é que há 15 dias o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) despachou ofício em que pede para os governos estadual e municipal discutirem a regularização da área. “É uma vitória para nós. Tudo está caminhando bem. Hoje não temos mais enfrentamento com os três governos (municipal, estadual e federal). Acreditamos que tudo vai dar certo”, disse Souza. A festa foi na quadra de esportes da ocupação e contou com ao menos 300 moradores. O bolo teve cinco metros e cada metro, segundo Souza, representou um ano que os moradores estão no local. Foram 140 quilos de bolo feito por um cooperador, o confeiteiro Joás Bezerra, de 50 anos, e com doações da própria comunidade. O doce começou a ser feito na sexta-feira e encerrado na madrugada de ontem. Bezerra trabalhou 20 horas para preparar as 24 formas. De acordo com Souza, a atual gestão na Prefeitura abriu diálogo com os moradores da ocupação. “Antes tínhamos apenas dois ônibus para atender as crianças e adultos, hoje temos sete. Conseguimos contêineres para receber o lixo que antes era depositado na entrada do bairro, atendimento na rede pública municipal. Há cerca de um ano e meio tínhamos 700 crianças fora da escola, agora nenhuma”, disse. De acordo com senso do grupo, na Vila Soma vivem 2.784 mil famílias com cerca de 10 mil pessoas, dentre elas pelo menos duas mil crianças com menos de 11 anos. Ainda segundo Souza, o pedido de reintegração de posse está suspenso pelo Supremo Tribunal da Justiça (STJ) desde o ano passado e paralelo a este processo suspenso tramita no TJ-SP uma ação civil pública que pede para os governos discutirem a regularização da área. Uma vez por mês, um grupo de trabalho, composto por representantes da Prefeitura de Sumaré, governos estadual e federal e Defensoria Pública se reúne para discutir questões da Vila Soma. “Para nós é uma vitória. Agora podemos respirar um pouco. A gente não sabe o que pode acontecer”, disse a desempregada Vanessa Silva, de 40 anos, que mora no local com o marido e dois filhos adolescentes. O aniversário da ocupação, oficialmente, é 28 de junho.