Cinco cômodos foram interditados, e os serviços transferidos para dependências anexas; rachaduras, sinais de infiltração e azulejos arrebentados ameaçam as estruturas
Viga de madeira sustenta parede interna do Centro de Saúde "João Gumercindo Guimarães", no Jardim Florence 2: perigo para os usuários ( Carlos Sousa Ramos / AAN)
Vigas estão sustentando as paredes do posto de saúde do bairro Jardim Florence 2, que ameaçam ruir. Cinco cômodos foram interditados, e os serviços transferidos para dependências anexas. Rachaduras tomam a alvenaria. Há sinais de infiltração, azulejos arrebentados, pontos onde o piso afunda. A precariedade do imóvel preocupa pacientes e funcionários. As estruturas improvisadas em madeira e ferro, instaladas por servidores do Departamento de Urbanismo, se espalham por todas as repartições. O Centro de Saúde “João Gumercindo Guimarães” foi erguido há três décadas, em uma área aterrada, às margens da Avenida Nelson Ferreira e Souza. Segundo os próprios moradores do bairro, era um antigo charco, para onde corria a água da chuva. A Prefeitura construiu por ali um prédio de 1.170 metros quadrados. A unidade foi inaugurada em 1986, durante o governo do prefeito Magalhães Teixeira, mas as trincas surgiram logo em seguida, e exigiram reformas pontuais, esporádicas. A última, executada em 2008, exigiu até o reforço das fundações. As deficiências estruturais voltaram a ser notadas em 2011, mas a situação ficou assustadora nas últimas semanas. Surgiram rombos nos pilares, fendas profundas, trechos em desnível. A coordenadora do posto, Maria Aparecida de Fátima Cardoso (servidora pública há 26 anos) afirma que o risco de desabamento foi constatado por agentes da Defesa Civil em vistoria no local. Fitas sinalizadoras hoje ordenam a circulação dos pacientes pelos setores mais críticos. “Não podemos esperar mais. O posto não tem mais condições de funcionar”, diz a coordenadora. A Secretaria Municipal de Saúde admite a seriedade da situação, e já garantiu à coordenadora que dois imóveis do bairro serão alugados para a realocação das equipes. Ainda não está definido se o prédio vai passar por uma nova reforma, ou se a pasta vai optar pela construção de um novo. SoluçãoAcontece que os servidores querem uma solução rápida. O sindicato que representa a categoria ameaça paralisar todos os serviços a partir de hoje. “Exigimos um compromisso imediato da Prefeitura”, afirma o diretor sindical Afonso Basílio Júnior. “Não é de hoje que a Saúde vem sendo notificada das deficiências”. Quem circula pelo posto fica impressionado com a precariedade das dependências. Os armários velhos são escorados para compensar o desnível do piso. A argamassa despenca. As manchas úmidas se espalham pelo teto; o limo toma paredes. Cartazes escritos a mão indicam o rumo da saída, e avisos pregados nas portas informam da interdição dos cômodos. Os usuários lotam a sala de espera. É uma gente que parece conformada com uma situação que se arrasta há anos. “É. Tá caindo, mas o posto não pode fechar. Onde o povo vai ser atendido?”, perguntou uma paciente de meia idade.