Viaduto interditado será aberto graças a acordo com a Artesp

Depois de uma espera de 15 anos, finalmente o viaduto que liga os jardins Vovô e Pacaembu aos jardins Aurélia e Garcia será aberto. O viaduto, que foi construído sobre a Rodovia Anhanguera, no km 97+300m, com tráfego em duplo sentido, havia sido interditado por uma ação judicial em razão do perigo no acesso. Agora, um novo acesso está sendo construído, custeado por uma rede de lojas. 

Em um vídeo compartilhado nas suas redes sociais, o prefeito Dário Saadi anunciou o início das obras que permitirão a liberação do trecho. "Esse viaduto está interditado por problemas judiciais. Como aqui há um empreendimento muito grande, conseguimos um acordo com a Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), para que ele assuma a obra”, afirmou Dário.

Com a liberação, o prefeito prevê a geração de ao menos 700 postos de trabalho, a partir da implantação de três grandes empreendimentos - uma loja de material de construção, um atacarejo e um shopping center. O trabalho pela liberação do viaduto foi em conjunto, Administração e empreendimento local.

O secretário de Infraestrutura de Campinas, Carlos José Barreiro, explicou o motivo da interdição, que dura 15 anos. "Em razão da construção das marginais da Rodovia Anhanguera, o acesso ao viaduto tornou-se perigoso. Caminhões e carretas tinham de fazer manobras arriscadas para acessá-lo, relatou. 

A CCR AutoBAn, concessionária que administra esse trecho da Anhanguera, entrou com uma ação judicial proibindo a Administração de abrir o acesso ao viaduto até que um novo fosse construído. "A concessionária alegou que, se o viaduto ficasse aberto, aumentaria muito o fluxo de veículos naquela região", explicou Barreiro. A alegação era a de que quanto mais veículos passassem por aquele trecho, considerado perigoso, maiores seriam as chances de ocorrência de acidentes. O juiz aceitou o argumento e decidiu pelo bloqueio do viaduto. 

Em abril de 2020, o viaduto chegou a ter o tráfego liberado pela Empresa Municipal de Desenvolvimento (Emdec). Na ocasião, foi permitida apenas a passagem de carros de passeio e motos, ou seja, os caminhões não poderiam transitar por lá devido aos riscos mencionados pelo secretário. Segundo ele, o viaduto ficou aberto por cerca de dois dias, mas a CCR AutoBAn logo recorreu e conseguiu que o viaduto fosse fechado novamente. 

Agora, um grande empreendimento, que fica em frente a uma das entradas do viaduto, comprometeu-se a construir a alça de acesso até ele. O projeto foi aprovado pela Prefeitura, pela concessionária e ainda pela Artesp. "Com a construção do acesso, vai ser permitida a abertura do viaduto", assegurou o secretário da Pasta.

Posicionamento

Procurada pela reportagem, a Artesp enviou o seguinte posicionamento: "(...)a interdição do viaduto de transposição à Rodovia Anhanguera (SP 330) na altura do km 97 ocorre devido à não realização de obras de adequação no viário que garantam a segurança do tráfego e a fluidez. São necessários ajustes na alça de acesso à marginal sul da SP-330 que proporcionem condições geométricas satisfatórias para a circulação do tráfego e regularização de acesso, entre outras adequações. Para a realização das obras é necessário apresentação de estudos de tráfego e aprovação de projetos junto à concessionária AutoBan e Artesp, diz a nota.

O acesso a esse viaduto poderá ser feito por motoristas que trafegam pelos dois sentidos na Anhanguera, pela marginal. No sentido Interior, com destino ao Jd. Garcia, o motorista deve utilizar o acesso para a Avenida Padre Gaspar Bertoni, na altura do km 97 Norte, seguindo pelas ruas Antônio Nunes dos Santos e Antônio Rodrigues Carvalho, assim chegando diretamente ao viaduto. No sentido capital, quem tem como destino o Jd. Pacaembu, deve optar pelo acesso à Rua Euclydes Vaz de Campos Filho.

Mesmo com o viaduto ainda fechado, reportagem do Correio Popular flagrou no um motoqueiro usando o canto do viaduto para trafegar. "Passo aqui de vez em quando. Para mim, seria ótimo se fosse liberado", disse ele, que trabalha entregando água nos bairros da região há 20 anos. 

Ele alegou que normalmente faz o retorno, mas, como encontrou uma brecha para passar, aproveitou. "Eu fui entregar água na empresa de concreto ali e passei por aqui", contou.