Primeira fase, com recorde de inscritos, teve a maior abstenção desde 2012
Primeira fase, com recorde de inscritos, teve a maior abstenção desde 2012 (Leandro Ferreira/AAN)
Uma prova difícil, bem elaborada e, ao mesmo tempo, com conteúdos atuais, relevantes e de interesse social. Assim foi definida a primeira fase do Vestibular 2018 da Unicamp, aplicada domingo para 76.225 candidatos. A abstenção chegou a 9,02%, o maior índice desde 2012. Em Campinas, o número de ausentes chegou a 10,09%. Por causa do temporal que atingiu a região sábado e do congestionamento em torno do local de prova, em Valinhos, a organização retardou o início da prova em sete minutos. Nas demais cidades não houve ocorrências. Clique aqui e confira a correção do Vestibular Unicamp 2018 – 1ª fase O coordenador executivo José Alves de Freitas Neto ressaltou que o crescimento da abstenção não foi uma surpresa diante do total recorde de inscritos, 83.779 candidatos. “De qualquer forma maior número de pessoas que efetivamente fizeram a prova. Foram 76.225 presentes”, disse. Sobre o conteúdo, a coordenadora acadêmica da Comvest, Márcia Mendonça, disse que a prova procurou valorizar a diversidade cultural. “A prova trouxe conhecimentos escolares consolidados, como questões sobre a Grécia e o período JK em história; mas ao mesmo tempo associou aos tópicos escolares aspectos socialmente relevantes, como o jornalismo investigativo, custo de energia no país, história da América Latina, novos materiais sendo descobertos na física”, explicou. O estudante Ivan Manfrinatti Neuenschwander, de 17 anos, considerou a prova cansativa porque tinha bastante texto e muitas matérias que exigiam conhecimento aprofundado. “Era muita matéria junta, matemática e física, geografia e história, que você precisava pensar em conjunto para acertar a questão. Não tinha questão rapidinha. Foi cansativa. Chega no final da prova e você começa errar por besteira porque sua cabeça já não estava mais funcionando direito”, afirmou. Diretor pedagógico da Oficina do Estudante, Célio Tasinafo, ressaltou que a prova foi mais difícil do que em anos anteriores, não pelo tema, mas pela especificidade de muitas questões. “Foi a melhor prova da Unicamp nos últimos quatro anos. As questões foram bem contextualizadas e atualizadas e temos questões de fato interdisciplinares, que o aluno precisa mobilizar conteúdos de diferentes disciplinas.” Ele acrescentou que toda a prova teve um apelo à discussão sobre cidadania inclusiva. “Temos muitas questões sobre movimento operário feminino, direitos das minorias. A prova de inglês foi muito bonita, porque não se limitou a cobrar conteúdo de inglês, mas discutir uso de sanitário pela comunidade homossexual.” Nesta edição, pela primeira vez a Unicamp testou uma tecnologia capaz de identificar sinais de celular e radiofrequência com o objetivo de coibir fraude. O teste foi feito no Ciclo Básico II e foi considerado um sucesso. “Não tivemos nenhuma tentativa de fraude detectada. Observamos alguns celulares ligados, mas em standby. A tecnologia nos apontava isso, mas não havia nenhuma comunicação externa ao ambiente da prova via celulares" , afirmou Freitas. Apesar do forte temporal da noite anterior, a única ocorrência relacionada ao vestibular foi em Valinhos, onde duas salas de aplicação do exame ficaram alagadas e também houve registro de congestionamento na chegada dos alunos, o que obrigou a coordenação a atrasar o início do exame em 7 minutos. “Parte da escola teve alagamento, mas estávamos desde 1h trabalhando e pudemos fazer transferência das salas para a biblioteca. Nessa cidade tivemos inclusive problema de trânsito para as pessoas chegarem. Não fechamos às 13h. Seria perverso manter horário porque foram condições adversas”, acrescentou o coordenador executivo. Em Campinas não houve registros de congestionamentos.