PERIGO

Vereadores sofrem ameaças de morte em Mogi Mirim

O telefonema foi horas antes da sessão da Câmara Municipal que decidiu pela continuidade da investigação contra prefeito da cidade

Bruno Bacchetti
bruno.bacchetti@rac.com.br
13/05/2015 às 05:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 13:57

Os vereadores de Mogi Mirim Luis Roberto Tavares, o Robertinho (SD), e Maria Helena Scudeler de Barros (PSDB), afirmam que estão sendo ameaçados de morte por causa da investigação na Câmara que pode levar à cassação do prefeito Luiz Gustavo Antunes Stupp (PDT). O telefonema com as ameaças partiu de um número restrito e foi recebido por volta das 12h55 de segunda-feira (11), horas antes da sessão da Câmara de Vereadores que decidiu pela continuidade da investigação contra o prefeito. Os parlamentares registraram boletim de ocorrência e levaram o caso ao Ministério Público (MP). Outros vereadores e assessores parlamentares também receberam telefonema suspeito no mesmo horário, mas não atenderam as ligações. Gravação “Tive a sorte de gravar o momento da ligação. A pessoa me perguntou como ficaria a situação da cassação do prefeito à noite, me disse para parar com esse negócio e que ‘iria sobrar bala’. Perguntei quem estava falando e respondeu que não interessa. No final ainda falou que pertencia a uma facção criminosa”, relatou o vereador. Para Robertinho, a ligação foi uma tentativa de intimidar os trabalhos da Comissão Processante (CP), da qual é presidente. Os trabalhos tiveram início em abril, após o prefeito e o vereador Ary Macedo (SD) terem sido cassados por improbidade administrativa. Os dois seguem no cargo até o julgamento do recurso. “Não posso direcionar para alguém ou se foi trote. Isso vai ser investigado pela Polícia Civil. Se tentou me intimidar, não intimidou. O processo vai continuar”, afirmou. Aviso direto Embora não faça parte da Comissão Processante, a vereadora Maria Helena Scudeler de Barros disse ter recebido ligação semelhante em um intervalo de menos de 10 minutos. “A pessoa foi muito direto, me tratou sem formalidade e perguntou como ficaria essa situação da comissão. Perguntei duas vezes com quem estava falando e não se identificou, disse que sobraria bala. Não dei importância nenhuma e vim para a Câmara, quando encontrei com o Robertinho e ele me mostrou a gravação”, contou a vereadora, que registrou boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher. Segundo o Robertinho, a CP vai ouvir seis testemunhas de defesa arroladas pelo prefeito, além do próprio chefe do Executivo, para depois colocar a cassação de Stupp em votação no plenário. “Vamos ouvir todos eles (testemunhas), o prefeito e analisar os documentos do processo. Temos um longo período e acredito que em cerca de dois meses apresentamos o relatório e marcamos a votação”, disse Robertinho. Em nota, a administração municipal informou, através da assessoria de imprensa, que não tem relação com a suposta ameaça e prometeu acionar a Justiça. “A Prefeitura tomará as medidas judiciais cabíveis para que o vereador esclareça essa acusação absolutamente infundada e caluniosa”, disse. Desde abril  A Comissão Processante que pode resultar em cassação do prefeito Luiz Gustavo Antunes Stupp (PDT) foi aberta em abril, depois do prefeito e o vereador Ary Macedo (SD) terem os direitos políticos cassados pela Justiça por improbidade administrativa. A decisão foi tomada pela juíza Fabiana Garcia Garibaldi, que aceitou denúncia do Ministério Público. O motivo da condenação foi a contratação da empresa Endogastro sem licitação. A companhia faz exames médicos de colonoscopia e de endoscopia. Macedo é um dos sócios da empresa e na época em que foi contratada, em 2013, era secretário municipal de Saúde. Quem contratou a Endogastro foi o Consórcio Intermunicipal de Saúde, presidido por Stupp. A denúncia foi feita ao MP pela vereadora Luzia Cristina Côrtes Nogueira (PSB). A Endogastro também foi condenada e está impedida, por três anos, de fechar negócios com a Prefeitura.

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