POLÊMICA

Vereadores cortam cardápio do 'lanchinho' oficial

Com alteração, custo para a Câmara de Campinas cai de R$ 22 para R$ 10,50 por vereador

Milene Moreto
26/03/2013 às 08:03.
Atualizado em 25/04/2022 às 23:02
O vereador Artur Orsi na tribuna: tucano vai buscar mais informações sobre alterações (Rodrigo Zanotto/Especial para AAN )

O vereador Artur Orsi na tribuna: tucano vai buscar mais informações sobre alterações (Rodrigo Zanotto/Especial para AAN )

A Câmara de Campinas enxugou o cardápio do “lanchinho” dos vereadores e publicou nesta segunda-feira (25) um adendo ao edital de licitação para a contratação do serviço.

Saem o lanche de metro, bolos, geleias, croissant, petit-four, patês de frango e de azeitona e enroladinho.

No lugar, os parlamentares vão comer mortadela, presunto, queijo prato, muçarela, pão, refrigerante, biscoitos, pão de queijo e frutas da época.

O preço foi reduzido de R$ 22,00 para R$ 10,50 por parlamentar. No entanto, o presidente do Legislativo, Campos Filho (DEM), estima que esse valor possa ficar entre R$ 8,00 e R$ 9,00 durante o pregão eletrônico.

Segundo cálculo do Correio, com base no valor de R$ 10,50 por vereador para 67 sessões, o gasto estimado agora é de R$ 23,2 mil ao ano. A previsão inicial era de R$ 48 mil. A licitação foi aberta este mês.

No aditivo, a Câmara também prevê que os alimentos não sejam exclusivos dos parlamentares e que fiquem disponíveis nas sessões solenes, quando ocorrer a entrega de medalhas e diplomas na Casa.

Segundo vereadores consultados pelo Correio anteriormente, havia a defesa que a Câmara servisse algum tipo de alimento para os convidados em eventos e solenidades. Segundo Campos Filho, a medida não vai encarecer os custos.

O presidente da Câmara afirmou que os cortes focaram itens desnecessários e com o objetivo exclusivo de reduzir custos. “Fizemos essas modificações, em itens que achamos não serem viáveis para a Casa e pretendemos com isso reduzir os gastos. O preço colocado foi estimado e vai cair até o final do processo”, disse o democrata.

Pelo valor-referência publicado inicialmente, em cada reunião seriam destinados R$ 728,00 para a compra do lanche servido exclusivamente para os parlamentares, conforme constava no edital. O assunto causou polêmica e foi motivo de discussão entre os vereadores. Um grupo chegou a pressionar Campos Filho para que a licitação fosse revogada. O presidente, porém, não cancelou a concorrência.

Durante toda a discussão sobre a compra do lanche, o democrata defendeu que, como se tratava de um pregão, haveria em razão da concorrência uma economia no preço.

Travessas e garçons

A primeira medida adotada por Campos para minimizar o impacto da compra do lanche foi cancelar uma série de itens no edital que serviriam como uma espécie de “cerimonial” para servir os lanches na Casa.

No primeiro edital publicado pela Câmara, entre as obrigações da contratada estavam o fornecimento de copos, pratos, jarras, travessas, bandejas, talheres, guardanapos, toalhas, montagem e decoração de mesas (bebidas, salgados, doces e frutas).

Também ficou detalhado que a equipe prevista pela contratada para fornecer alimentos para a Câmara deveria ser constituída por pessoal de apoio (serviços de copa) e garçons para servir e repor a mesa em quantidade compatível com o número de pessoas previstas para a reunião.

Todos esses itens foram retirados do anexo publicado no Diário Oficial do Município (DOM).

Pacto

Quando o assunto sobre a compra do lanche veio à tona, a maioria dos parlamentares adotou o silêncio após terem aderido a um “acordo de cavalheiros” para evitar um desgaste da imagem da Casa.

Porém, na última semana, o veto do presidente a um requerimento do vereador Vinicius Gratti (PSD), que pretendia viajar para Ilhéus-BA com as despesas pagas pela Câmara, gerou muitas brigas e trouxe para a discussão na sessão da compra do lanche e o tíquete-refeição para os comissionados.

Artur Orsi (PSDB), Alberto Alves da Fonseca (sem partido) e Paulo Bufalo (PSOL) se manifestaram contrários à compra dos alimentos. Paulo Galterio (PSB) e Cid Ferreira (PMDB) fizeram a defesa do lanche. Orsi afirmou que vai buscar mais informações com o presidente do Legislativo sobre as alterações.

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