O presidente da CP, Luiz Cirilo (PSDB), vai definir até segunda-feira se atende ao requerimento do parlamentar Marcelo Silva
Com o esvaziamento ontem da audiência da Comissão Processante, uma vez que nenhuma das dez testemunhas de acusação compareceu, o vereador Marcelo Silva (PSD), autor da denúncia de omissão do prefeito Jonas Donizette (PSB) no Caso Ouro Verde, tenta conseguir uma nova data para que duas delas — Daniel Câmara e Ronaldo Pasquarelli, apontados como donos da Vitale, a ex-gestora do Hospital Ouro Verde —, que estão dispostas a depor, possam ser ouvidas com a condição de não terem a imagem divulgada e que a imprensa não esteja presente. O presidente da CP, Luiz Cirilo (PSDB), vai definir até segunda-feira se atende ao requerimento do parlamentar. Silva desistiu de sete testemunhas e solicitou a substituição do presidente afastado do Correio Popular, Sylvino de Godoy Neto, pelo ex-diretor do departamento administrativo da Secretaria de Saúde, Maurício Rosa, que, segundo o Ministério Púbico, era um dos responsáveis por colocar em prática o chamado “Plano B” da Vitale, ex-gestora do Hospital Ouro Verde, para conseguir verbas públicas e resolver problemas financeiros por uma via alternativa ao processo judicial. Para o advogado de defesa do prefeito, Marcelo Pelegrini, a substituição de testemunhas deve ser rejeitada pela comissão, porque isso deveria ter ocorrido antes do início das oitivas, uma vez que a acusação já sabia, desde o início da tarde, que o empresário não compareceria. A CP também vai deliberar o pedido até segunda-feira. Apenas duas testemunhas justificaram a ausência na CP. Sylvino de Godoy Neto alegou não poder comparecer por problemas de saúde e João Carlos da Silva Jr., por estar preso. Delação premiada Para a defesa do prefeito, os requerimentos devem ser rejeitados, porque Daniel Câmara e Ronaldo Pasquarelli, que estão em prisão domiciliar, fizeram acordo de delação premiada e as delações estão sob sigilo de Justiça. “Elas estão proibidas de depor na CP porque não podem dar qualquer informação contida nas delações”, afirmou o advogado Marcelo Pelegrini. A defesa disse também que não há nenhum documento que confirme que elas aparecerão em nova data e, além disso, o prazo para elas comparecerem na CP já acabou. O presidente da CP, Luiz Cirilo, afirmou que os requerimentos serão analisados com cautela e atenção e até segunda-feira deliberará. Caso acate, poderá haver mudanças nas datas das demais oitivas já marcadas — na próxima quinta-feira devem ser ouvidas as testemunhas de defesa e dia 31, o prefeito Jonas Donizette. Na quinta-feira serão ouvidos o presidente da Rede Mário Gatti, Marcos Pimenta, o secretário de Saúde Carmino de Souza, o secretário de Relações Institucionais Wanderley de Almeida, o deputado José Antônio de Barros Munhoz, o secretário de Gestão e Controle Tiago Milani, além dos servidores municipais Ivanilde Ribeiro, Sílvia Bartho, Daniel Fonseca Nunes, Reinaldo de Oliveira e o procurador municipal Messias de Oliveira. A instalação da CP foi aprovada pela Câmara em novembro, logo após a prisão do ex-secretário de Assuntos Jurídicos, Sílvio Bernardin. Para o vereador Marcelo Silva, essa prisão foi um forte indício de que o prefeito tinha conhecimento do que ocorria no contrato da Prefeitura com a Vitale e protocolou pedido de CP para investigar se houve omissão de Jonas.