legislativa

Vereador renuncia à comissão de PS

O vereador Galterio renunciou ontem ao cargo de presidente da Comissão de Política Social e Saúde de Campinas, que ocupava desde fevereiro de 2017

Daniel de Camargo
23/10/2018 às 07:39.
Atualizado em 06/04/2022 às 01:09

O vereador Paulo Galterio (PSB) renunciou ontem ao cargo de presidente da Comissão de Política Social e Saúde de Campinas, que ocupava desde fevereiro de 2017.  Em audiência pública para apresentação da Prestação de Contas do 2º Quadrimestre de 2018 do Fundo Municipal de Saúde, Galterio fez duras críticas à situação da Saúde no município, afirmando que o serviço se encontra, há muito tempo, “em sinal de alerta e à beira do abismo”. O vereador, entretanto, agiu de forma contraditória ao afirmar que, apesar da renúncia, não pretende deixar a base aliada do governo Jonas. O ato, segundo ele, é “apenas um aviso ao prefeito de que as coisas não vão bem”. Em nota, a Câmara informou que após a presidência receber o documento formal com a renúncia de Galterio irá oficializar o líder de bancada do PSB, vereador Vinícius Gratti, “para que indique o novo integrante/novo presidente da Comissão, uma vez que por critérios de representatividade de bancada a decisão cabe àquela legenda”. Sem efeito Em seu manifesto, Galterio destacou que “salvo algumas políticas públicas implementadas especificamente, pelo secretário Carmino Antonio de Souza e por Marcos Pimenta, presidente da Rede Mário Gatti, a maioria das medidas adotadas nos últimos dois anos não surtiram o efeito esperado pelos integrantes da Comissão e pela população”. Apesar do elogio aos dois gestores, o vereador apontou que, em sua visão, Souza é “omisso” e “falta transparência na Rede Mário Gatti”. Galtério disse que sua decisão o deixou “triste” e destacou que se trata de um “repúdio ao modus operandi de condução das políticas públicas da cidade de Campinas”. Para o vereador, a manutenção dos atuais gestores da Saúde em seus cargos “não gera nenhuma perspectiva de melhora no cenário”. Galterio respalda seu argumento frisando “a ausência de vagas em hospitais, a carência de remédios nos postos de saúde, o atraso na realização de exames e a falta de médicos em unidades de pronto atendimento do município”. Entre as crises enfrentadas recentemente pela Saúde, ele lembra a terceirização do Hospital Ouro Verde, alvo de fraudes durante a administração da Organização Social Vitale. “Se não houver nenhuma mudança, a Saúde de Campinas chegará ao caos”. Assunto interno Em nota, a Secretaria de Saúde informou que a decisão do vereador é “assunto interno da Câmara Municipal”. O texto ressalta, porém, que “apesar da grave crise econômica que afeta o País e as finanças municipais, a Prefeitura vem realizando o maior investimento em infraestrutura nesta área em toda a história da cidade”. Entre outros pontos, a Pasta apontou que a Administração trouxe para a cidade o Hospital de Amor (unidade local do Hospital de Câncer de Barretos), que é referência internacional. O diretor do Fundo Municipal de Saúde, Reinaldo Antônio de Oliveira, disse ter ficado surpreso com a atidude de Galterio. Antes de expor os números do quadrimestre, Oliveira disse que a Saúde é uma Pasta “difícil de ser trabalhada, porque nunca é possível atender expectativa em função dos custos e da evolução dos procedimentos”. Já o presidente da Rede Mário Gatti, Marcos Pimenta, repudiou o discurso de Galterio, afirmando que sempre esteve e sempre estará presente às audiências quando convidado. Além disso, pediu que os vereadores deixem seus gabinetes para frequentar as instituições de saúde para que sejam capazes de entender a complexidade do serviço público em um município que é polo regional, sendo responsável por mais de 3 milhões de pessoas.

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