Nelson Hossri argumenta que valores elevados de contratos não se justificam
Um relatório completo das viagens e hospedagens pagas pela Câmara Municipal aos funcionários e vereadores desde 2017 foi solicitado pelo vereador Nelson Hossri (Podemos) à presidência, assim como a explicação detalhada sobre os motivos destes gastos com o dinheiro público. Os contratos firmados recentemente pela Câmara Municipal com agências de turismo e hospedagens somam mais de R$ 230 mil para o período de um ano (de julho deste ano a julho de 2020) e foram divulgados no Diário Oficial. Segundo o vereador, este valor não se justifica em função do cargo. “Os vereadores devem buscar soluções no próprio município e fazer viagens para outras regiões apenas quando isso gerar resultados positivos à comunidade. Por isso, pedi um relatório completo para entender os motivos de tantos gastos com o dinheiro público”, afirmou. “O município tem a tarifa de água mais cara do País, tem a segunda maior passagem do País no transporte público e paga um Vale Alimentação de R$ 1,4 mil para cada funcionários na Câmara. Fatos que fogem da realidade da grande maioria das pessoas.” A Câmara firmou um contrato de R$ 150.357,08 com a Oceanic Viagens e Turismo Ltda para a prestação de serviços de agenciamento de viagens corporativas, incluindo emissão, alteração e cancelamento de passagens aéreas nacionais. Outro contrato foi assinado, no valor de R$ 84.626,42, com a Cerrado Viagens Eireli para realizar reservas de hospedagem em hotéis no Brasil. No requerimento, Hossri pede um relatório dos gastos, detalhando os servidores e vereadores que fizeram as viagens nos últimos três anos, cópia dos pedidos e respectiva justificativa, além das despesas com hospedagem e passagens. Entre as ocorrências mais recentes da Câmara, Hossri destacou uma viagem de cinco funcionários nos dias 23 e 24 de maio para um curso de licitações internacionais que custou R$ 9,9 mil entre hospedagens e passagens. O vereador viu também que quatro funcionários foram até Porto Alegre (RS), onde houve um gasto de R$ 9,6 mil entre 29 e 31 de maio para participação em um curso sobre processo legislativo. Ele verificou também que houve uma viagem de dois funcionários a Nova Lima (MG) entre 6 e 8 de maio que custou R$ 2,9 mil em passagens e hospedagens para um Congresso de Direito Administrativo. Hossri questionou, ainda, a ida do vereador Carmo Luiz (PSC) a Brasília (DF) como representante oficial em uma reunião com representantes da ONU, em uma comissão permanente de Mobilidade Urbana. Nesta viagem, ocorrida no dia 3 de abril, o vereador teve um gasto de R$ 1.523,85 em passagens. Presidência lembra que números são transparentes A presidência da Câmara, por meio de sua assessoria, explicou que todos os custos de viagem, hospedagem, destinações, nomes de quem viajou e razão da viagem ficam disponíveis no portal de transparência da Câmara (www.campinas.sp.leg.br/transparencia/custos-com-viagens-passagens-e-estadias). Informou que contratos para o pagamento de passagens e estadias são feitos sempre por licitação anual. No contrato anterior, a Uatumã venceu nos dois quesitos e o valor fechado foi de R$ 167 mil, sendo que o gasto chegou a R$ 125 mil. Na atual licitação, venceram a Oceanic Viagens (passagens) e a Hospedagens em Hotelaria Nacional Cerrado Viagens (hospedagens). Citou que, em 2018, apenas dois vereadores viajaram: Luiz Carlos Rossini (PV) e Paulo Galtério (PSB). Rossini participou do Congresso Mundial da Água como presidente da Comissão Permanente do Meio Ambiente da Câmara. Destacou que Rossini é o representante da Câmara no Conselho Fiscal do Comitê dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). Já Galtério viajou a Brasília para uma reunião com a diretoria do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), representando a Comissão Permanente de Mobilidade Urbana e Planejamento Viário. (GR/AAN)