O polêmico projeto de revitalização da área de alimentação do Parque Portugal, na Lagoa do Taquaral, deverá passar por uma audiência pública
De acordo com o poder público, as instalações são precárias e falta uma identidade comum ao comércio (Matheus Pereira/Especial para AAN)
O polêmico projeto de revitalização da área de alimentação do Parque Portugal, na Lagoa do Taquaral, deverá passar por uma audiência pública na Câmara de Vereadores antes de ser finalizado pela Prefeitura. O vereador Nelson Hossri (Podemos) planeja protocolar hoje um requerimento no Legislativo para convocar uma reunião entre permissionários do quiosque – que podem ser obrigados a pagar até R$ 18 mil para padronizar as bancas – com o secretário de Serviços Públicos Ernesto Dimas Paulella e o presidente da Serviços Técnicos Gerais (Setec) Arnaldo Salvetti Palacio Junior. Como a Câmara está em recesso, a votação do requerimento só deve ocorrer na sessão programada para 6 de agosto. A previsão inicial é que o projeto elaborado pela Prefeitura fosse concluído no começo desta semana, mas a reação negativa de alguns comerciantes com a possível obrigatoriedade para que eles banquem as reformas dos boxes motivou a realização de um debate promovido por Paulella na última quinta-feira. Apesar de o secretário assegurar que o projeto teve boa aceitação entre os comerciantes, a reportagem conversou com dois deles e constatou que há ainda muitas dúvidas sobre a proposta. Um vendedor de algodão-doce, que tem um quiosque no portão 1 há 40 anos, chegou a dizer que perderia seu ponto caso fosse obrigado a padronizar sua banca como o projeto sugere. A Prefeitura informou que Paulella voltará a conversar com os permissionários ainda nos próximos dias. “Aquelas barraquinhas brancas de lata que existem hoje estão precárias, ultrapassadas. É um espaço público e cabe a Administração Municipal exigir uma melhor qualidade ao serviço prestado numa área frequentada pela população”, disse o secretário em reportagem publicada pelo Correio Popular na última terça-feira. Desde o começo do ano, o vereador Nelson Hossri tem cobrado respostas da Administração sobre a possível revitalização da área externa do parque. Em fevereiro, o parlamentar encaminhou requerimento à Prefeitura pedindo detalhes sobre as reformas dos quiosques e, na época, recebeu como resposta da Setec que não existia estudos para revitalização do espaço. “É muito estranho aparecerem do dia para a noite agora falando que vão revitalizar, como fizeram. Tem que se tomar cuidado com esse tipo de regra que pode gerar custos altíssimos para os comerciantes, porque estamos falando de famílias trabalhadoras que estão há muitas décadas se sustentando lá”, alerta Hosrri, que também avisou que vai acionar o Ministério Público, caso o projeto seja finalizado sem o consentimento e aprovação dos permissionários. “Se ocorrer de forma autoritária, vou tomar providências, pois tenho conversado com os comerciantes e eles estão muito preocupados”, alertou. Projeto A intenção da Prefeitura é padronizar 9 quiosques do portão 1 da Lagoa do Taquaral até o fim de outubro, com boxes da mesma cor e tamanho (12 metros quadrados), visando oferecer melhor qualidade e conforto ao público na área de alimentação. Posteriormente, a regra deverá ser estendida aos comerciantes que estão instalados em boxes nos demais portões nos arredores da Lagoa, que recebe diariamente 5 mil visitantes de segunda a sexta-feira, e 30 mil pessoas nos sábados, domingos e feriados. Além da troca dos quiosques, a Prefeitura pretende recuar 4 metros do alambrado que separa as bancas da área interna da Lagoa, onde ficam a pista de caminhada, os parquinhos e academias ao ar livre, a famosa caravela e os pedalinhos. Com isso, será formado um bolsão, que ganhará piso novo com mais espaço para a população consumir os alimentos vendidos no local, como água de coco, pastel, caldo de cana e tapioca. Atualmente, nos finais de semana, longas filas de pessoas se entrelaçam entre uma banca e outra, devido à falta de espaço.