Comissão Processante investiga denúncia de favorecimento político
Plenário da Câmara de Paulínia durante sessão; no detalhe, o vereador Fábio Valadãos (PRTB) que deixou a CP (Divulgação)
O vereador Fábio Valadão (PRTB) renunciou ontem à presidência da Comissão Processante (CP), instalada na Câmara de Paulínia na semana passada, para investigar suposto favorecimento do vice-prefeito Sandro Caprino (PRB) ao suplente de vereador Sargento Camargo (PDT), para interferir no andamento de outra processante, que investiga troca de favores entre o prefeito Dixon Carvalho (PP) e 13 vereadores, entre eles, o próprio Valadão. Com a renúncia, o presidente da Câmara vai sortear nos próximos dias, entre os demais vereadores, quem presidirá a CP do vice-prefeito. Os vereadores Xandynho Ferrari (PSD), Zé Coco (PV), Edilsinho (PSDB) e Kiko Meschiatti (PRB) já pediram para não terem o nome incluído no sorteio. Valadão protocolou a renúncia no final da tarde, e alegou motivo de foro íntimo. No ofício ao presidente da Casa, Ednilson Cazellato (PSDB), ele afirma que “não é segredo para ninguém que até a presente data vem sendo um mandato demasiadamente desafiador, com diversos pedidos de abertura de comissões especiais de inquérito, comissões processantes, entre outros motivos que fazem da cidade de Paulínia referência em instabilidade política permanente não apenas no Estado, mas talvez em todo o País”. Valadão disse que após intensa reflexão, e por causa dos inúmeros trabalhos desenvolvidos no mandato, entre eles a presidência da Frente Parlamentar de Revisão Legislativa, decidiu deixar a presidência da Comissão Processante que investiga o vice-prefeito. Ele informou que sua renúncia não trará prejuízo à CP, que aguarda o retorno da notificação expedida a Sandro Caprino e Paulo Camargo Jr (Sargento Camargo) para apresentarem a defesa prévia em dez dias e indicar testemunhas. A CP do Vice, presidida por Valadão, foi instalada na semana passada a pedido do prefeito Dixon Carvalho, que se baseou em um áudio de uma conversa entre Caprino e o suplente de vereador, a que o Correio teve acesso, na qual haveria indícios de favorecimento – no áudio não fica claro se o favorecimento seria financeiro ou não – para agilizar o andamento da comissão processante. O suplente integra a comissão que pode cassar Dixon e 13 vereadores. Valadão presidiu outra comissão processante que investigou o vice-prefeito, em que ele era acusado de receber sem trabalhar. Caprino foi inocentado nessa investigação. Investigação Valadão é um dos 13 vereadores investigados por uma comissão processante formada pelo vereador Tiguila Paes (PPS), e por dois parlamentares suplentes: Paulo Camargo Júnior (PDT) e Robert Jacynto de Paiva (PTB). Ela investiga denúncia do sargento aposentado Luís Roberto de Lima. Segundo ele, com a nomeação de cabos eleitorais dos vereadores para cargos públicos, o prefeito conseguiu impedir que a Câmara instaurasse duas Comissões Especiais de Inquérito (CPIs) contra ele para investigar, entre outras denúncias, fraudes em licitação. Os vereadores, segundo a denúncia, em troca de barrar as CPIs, conseguiram que o prefeito contratasse pelo menos 68 cargos comissionados entre indicados dos vereadores, com salários de até R$ 12 mil.