Vereador denuncia 'gato' em oito radares de Vinhedo

Os oito radares da Estrada da Capela, em Vinhedo, funcionavam por meio de ligações irregulares. O problema teria sido constatado pela CPFL Piratininga em janeiro, pouco depois da instalação dos equipamentos de fiscalização em substituição às lombadas físicas existentes na via. Como a Prefeitura ainda não havia apresentado uma solução para a suposta fraude até esta semana, a concessionária cortou a energia elétrica dos equipamentos de fiscalização na quarta e só religou na quinta-feira após a recém-criada Secretaria do Verde, Mobilidade e Urbanismo ter se comprometido a identificar o ocorrido e corrigir as falhas em até 90 dias. A denúncia veio à tona pelo vereador Edson Florindo Pereira, o Edson PC (PDT), que fez uma transmissão de vídeo ao vivo em seu Facebook na sede da CPFL em Vinhedo conversando com uma funcionária que admitiu a suposta fraude. “Os radares na Capela estão ligados no ‘gato’, um absurdo. Será que a Prefeitura vai ressarcir a CPFL?” , indagou o parlamentar. Em nota enviada à reportagem, a CPFL Piratininga informou que estava negociando com a Prefeitura de Vinhedo a instalação dos padrões de entrada de energia para os radares da cidade e que, devido ao atraso no processo licitatório de aquisição desses padrões, houve o corte das ligações. A Prefeitura, por sua vez, atribuiu total responsabilidade a eventuais irregularidades na instalação dos radares à empresa Sentran, que é responsável pela implantação dos equipamentos na cidade, mas admitiu que houve falha na fiscalização dos serviços prestados. “A Secretaria de Transportes e Defesa Social, desde janeiro deste ano, vinha conversando com a CPFL sobre esta questão, no sentido de regularização. Entretanto, por equívoco da secretaria no entendimento do contrato, caminhou-se para que a Prefeitura pudesse regularizar a compra dos postes necessários para a ligação da energia.” Segundo ele, em agosto, com as mudanças efetivadas na administração pelo prefeito Jaime Cruz (PSDB), incluindo a incorporação dos serviços de Trânsito e Transportes à gestão da Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (que terá o nome alterado na nova estrutura administrativa para Secretaria do Verde, Mobilidade e Urbanismo),”verificou-se este equívoco de interpretação do contrato e, assim, a Prefeitura está em negociação com a empresa para resolver a questão junto à CPFL no prazo estipulado de 90 dias”, apontou texto enviado à reportagem. De acordo com Eduardo Ramalho, um dos sócios da Sentran, não houve má-fé por parte da empresa ou da Prefeitura. Ele lembra que o consumo de energia elétrica de um radar é baixo, não ultrapassando 80 kW/h mensais, semelhante a um computador, o que não justificaria uma ação fraudulenta. "Estou surpreso com esta notícia, porque para a gente tudo estava funcionando bem. A obra de instalação que fizemos foi acompanhada e aprovada por um responsável-técnico do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea) e nunca havíamos sido notificados pela CPFL que haveria alguma ligação irregular. Como não sabemos o que de fato está irregular, vamos identificar com a CPFL e a Prefeitura o que tem de irregularidade e, se houver algum erro de nossa responsabilidade, corrigiremos dentro do prazo de 90 dias”, disse. Vinhedo tem 23 equipamentos de fiscalização atualmente, entre lombadas eletrônicas, avanços semafóricos e radares fixos. Na Estrada da Capela o limite de velocidade é de 50 km/h.