Venda no Dia dos Pais deve cair 61%

A influência negativa do efeito da pandemia da Covid-19 deve derrubar em 61% as vendas do comércio varejista da Região Metropolitana de Campinas (RMC) para o Dia dos Pais neste ano, se comparadas à mesma data comemorativa em 2019. Segundo estimativa da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), o faturamento da RMC vai cair de R$ 275,5 milhões para R$ 107,5 milhões. O mesmo índice é projetado para Campinas, maior cidade e sede da RMC, onde o montante vai despencar de R$ 126,3 milhões para R$ 49,3 milhões. Na análise realizada pelo economista da entidade, Laerte Martins, foi projetado também que, ao contrário dos anos anteriores, não serão feitas contratações de mão de obra temporária em todas as cidades da RMC. Em 2019, foram admitidos 1.255 trabalhadores — 495 deles só em Campinas. No que diz respeito ao valor médio do presente, deve aumentar dos R$ 115,92 registrados no ano passado, indo para R$ 119,40 neste ano. Martins analisa que a alteração se dá em decorrência do encarecimento de alguns produtos ou matérias primas, justificadas pela inflação e também por um reajuste feito pelo mercado para minimizar as perdas. Diz ainda que o poder de compra dos consumidores está em nível reduzido e que os itens mais procurados devem ser os tradicionais, como vestuário, calçados, perfumes e alguns eletroeletrônicos. A exemplo da maioria dos municípios de sua região, após três semanas consecutivas de portas fechadas, a cidade reabriu, na última segunda-feira, parcialmente as lojas para o atendimento presencial. Nos dias de semana, o funcionamento é permitido das 12h às 16h, e das 9h às 13h, aos sábados e domingos. Já os shoppings poderão abrir todos os dias, das 16h às 20h. Apesar dos números, a reabertura, pontua a presidente da Acic, Adriana Flosi, representa uma esperança de leve recuperação no setor para o segundo semestre. "Esperamos que haja uma retomada gradual nas vendas. Depois de tanto tempo fechados, os empresários necessitam urgentemente recuperar a saúde financeira de seus estabelecimentos", comenta. A Acic pede para as pessoas planejarem as suas compras a fim de evitar aglomerações. De acordo com a entidade, Campinas precisa urgente avançar para a fase Amarela e, para tanto, o comércio depende muito da colaboração de todos. "Não leve familiares para passear, nem mesmo os filhos quando forem pagar seus carnês ou fazer compras. Se evitarmos as aglomerações, em breve poderemos ampliar o atendimento", encerra Adriana. A Acic informou, no começo deste mês, que 32.620 postos de trabalho foram fechados na Região Metropolitana de Campinas (RMC) entre janeiro e maio deste ano. Movimentação de clientes no Centro diminui no 2° dia O comércio no Centro de Campinas apresentou menos aglomerações e poucas filas ontem, segundo dia de abertura dentro da fase laranja do Plano São Paulo de retomada das atividades. Houve uma diminuição do número de pessoas na comparação com a última segunda-feira. Maria do Socorro Sales, vendedora, disse que foi ao Centro a trabalho. "Percebi que houve menos fluxo de atendimento na loja em que eu trabalho e que nas ruas existe menos gente circulando. Espero que esta situação se mantenha", comentou. A menor movimentação ontem bate com a avaliação da Acic de que o movimento foi atípico no primeiro dia de reabertura do comércio. Segundo a Acic, muita gente foi ao Centro na segunda-feira para realizar a quitação de dívidas. Adriana Flosi, presidente da Acic, avaliou que as ações conjuntas da Prefeitura e da Acic, somadas às medidas adotadas pelos comerciantes para orientar a população sobre a volta consciente, deverão surtir efeito ao longo da semana. A expectativa é de avanço para a fase mais flexível. (Gilson Rei/AAN)