Ação urbana criou uma nova "sinalização" na cidade, com alerta sobre maus-tratos e sustentabilidade (Elcio Alves/AAN)
Um grupo de veganos de Campinas decidiu espalhar pelas ruas da cidade mais de cem plaquinhas vermelhas com dizeres pedindo para que as pessoas deixem de abandonar, atropelar e até comer animais. O VEGANize-já, criado por meio de redes sociais, defende uma filosofia de vida que busca eliminar qualquer tipo de exploração animal. Para eles, uma das principais formas de combater essa exploração é adotando alimentação totalmente livre de carnes e ou derivados de animais, incluindo ovos, leite e mel, e vetar o uso de produtos feitos com matéria-prima animal.As placas em tamanho de folha de jornal foram afixadas em postes por toda a cidade. A reportagem encontrou as plaquinhas no Centro de Convivência Cultural, no Cambuí; em pontos da Avenida Anchieta, como no cruzamento com a Benjamin Constant e em frente à Escola Normal Carlos Gomes; na Avenida Orosimbo Maia, e em diversos bairros ao longo da Avenida John Boyd Dunlop, como o Jardim Aurélia, Jardim Londres e Jardim Florence.“Seguimos o raciocínio de que uma figura vale mais do que mil palavras. E, como temos pouco dinheiro, achamos válido fazermos essa propaganda para chamar atenção das autoridades e da população que nós existimos e que a nossa luta é séria”, disse o líder do grupo, que preferiu não se identificar. “Nos espelhamos em movimentos dos Estados Unidos, Europa e Austrália, que são anônimos, e não pretendemos parar”, disse o integrante do movimento, que pretende colocar nas ruas de Campinas mais 300 placas.Algumas frases fazem referência também aos ciclistas — os veganos defendem um modo de vida sustentável. “O indivíduo vegano não preza só pelos animais, mas luta no dia a dia pelo meio ambiente e tudo que torne a vida melhor”, disse o jovem ativista. “Já faz alguns meses que colocamos as primeiras placas e, se fosse algo negativo, já teriam tirado tudo. O ideal é conseguirmos passar a mensagem.”Os universitários Pedro Mantelli, de 26 anos, e Ana Claudia Nogueira, de 25, estão a passeio por Campinas e aprovaram a iniciativa. “Acho legal que chama a atenção sem poluir o meio ambiente. O Brasil inteiro passa por esse problema e em algumas regiões é pior”, afirmou Mantelli.“Apoio esse tipo de movimento porque gosto muito de animais. Muitos deles hoje estão abandonados e isso não pode acontecer”, disse o empresário Anísio Silva Júnior, de 35 anos.Mas, para o advogado Fabrício Rodrigues, de 37 anos, o protesto silencioso não deve surtir efeito. “Não sei se essa medida é boa. Não acho que isto vai resolver o problema.”