Situação preocupa, pois as chuvas diminuem a partir deste mês e o Sistema Cantareira reduziu a liberação de água para região; vazão nesta segunda-feira (6) foi de 16,5 m3/s
A vazão do Atibaia nesta segunda-feira (6) ficou em 16,5 metros cúbicos por segundo (m3/s) (Elcio Alves/ AAN)
A chuva de 14 milímetros que caiu na madrugada desta segunda-feira (6) no Rio Atibaia elevou a vazão do principal manancial de Campinas, mas mesmo assim, o volume de água que está passando na região da captação da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) está 20,4% abaixo da média histórica do mês. A situação preocupa. A partir deste mês, as chuvas começam a rarear e o Sistema Cantareira, que opera com volume morto, está com restrições na liberação de água para a região de Campinas e Grande São Paulo, na tentativa de aumentar o volume de água armazenado. Vazão A vazão do Atibaia nesta segunda-feira (6) ficou em 16,5 metros cúbicos por segundo (m3/s), mais do que suficiente para abastecer 95% de Campinas — em média, a Sanasa vem captando 3m3/s. Mas se as chuvas pararem, essa vazão irá cair rapidamente e a região poderá contar com, no máximo, um socorro de 1,5m3/s do Sistema Cantareira, conforme as regras operativas divulgadas na sexta-feira pelos gestores do sistema, a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Departamento de Água e Energia Elétrica (Daee). O Sistema Cantareira liberou nesta segunda-feira 0,30m3/s para a região de Campinas, sendo 0,15m3/s no Rio Jaguari e 0,20m3/s no Rio Atibaia. A vazão desses mananciais vem sendo garantida pelos esgotos liberados pelas cidades que estão rio acima e também pela chuva que cai nas calhas principais e nos afluentes. Estiagem severa Em 2014, que é considerado a estiagem mais severa dos últimos 90 anos, os rios das Bacias PCJ apresentaram recordes de baixas vazões. O Rio Piracicaba, por exemplo, que nessa época mais seca do ano costuma apresentar vazões de 50m3/s, chegou apresentar 4m3/s, durante o mês de agosto, a menor vazão já registrada. O Rio Atibaia, próximo à captação de Valinhos e Campinas, teve momentos de vazões de 3m3/s, quando o natural seria no mínimo 15m3/s. Por essas situações, os técnicos do Consórcio PCJ concluem que, certamente, serão necessárias vazões superiores aos 2m3/s, acima da vazão máxima atualmente limitada pelos organismos gestores às Bacias PCJ. Especialistas em climatologia e todos os militantes do Sistema de Gerenciamento dos Recursos Hídricos, Saneamento e Meio Ambiente, vem alertando para que não ocorra uma falsa ilusão de que a sustentabilidade hídrica das Bacias PCJ esteja garantida com as chuvas que aconteceram durante os três primeiros meses de 2015. Restrição de captação A interrupção das chuvas levará a região a uma situação de restrição de captação, já definida pela Agência Nacional de Águas. As cidades que se abastecem dos rios Piracicaba, Camanducaia e Jaguari terão que reduzir em 20% a captação para o abastecimento humano, e 30% para uso industrial e irrigação, como parte do esforço de enfrentamento da crise hídrica que atinge o Sistema Cantareira desde o início de 2014. Pelas regras que já estão vigindo, Campinas poderá captar, no máximo, 3,28m3/s, toda vez que o Rio Atibaia registrar vazão de 3,5m3/s em Paulínia. Segundo as novas regras, será considerado Estado de Alerta quando no Alto Atibaia a vazão for maior que 4m3/s e menor que 5m3/s no posto de Captação de Valinhos. No Baixo Atibaia, a vazão considerada é acima de 3,5m3/s e menor que 5m3/s no posto de Paulínia. Camanducaia Este estado também vale para o rio Camanducaia quando as vazões forem maiores que 1,5m3/s e menores que 2m3/s no posto Dal Bo. Para o Rio Jaguari, o alerta acontece no posto Foz, quando o manancial registrar vazões acima de 2m3/s e abaixo de 5m3/s. Para os usuários, a montante do Sistema Cantareira, será considerado o posto Pires com vazões superiores a 2,5m3/s e inferiores a 5m3/s. Os valores deverão ser acompanhados pelos usuários no site da Sala de Situação PCJ.