'Vaquinha' on-line mobiliza ajuda a idosa com câncer

As condições em que vive a aposentada Maria Salvadora Alves, de 66 anos, comoveram e levaram a motorista de transporte escolar Aline Rosana Silva a fazer uma campanha em sua página virtual. Ela pretende arrecadar R$ 10 mil para construir ao menos um cômodo decente, com piso e reboco, para a idosa, que está com câncer na face e mora debaixo de uma laje, no Jardim Salerno, em Sumaré. Aline abriu nesta terça-feira (11) uma conta na página www.vakinha.com.br, onde o interessado digita na busca “Aline Rosana” e aparece o resultado da campanha, no qual é citado o valor e quanto já foi arrecadado. Não há uma quantia determinada para doar. Até às 20h20 de terça-feira (11) havia sido arrecadado R$ 3.960,00. “As pessoas queriam doar material de construção, mas como os locais eram longe para retirar, decide arrecadar dinheiro e eu mesmo comprar em depósito. Mas, vou declarar tudo para os doadores”, disse a jovem. Aline conheceu Maria na tarde de segunda-feira, após receber em seu Facebook uma mensagem de um amigo. No texto dizia que Maria vivia em condição desumana sob uma laje, na Rua 14, do Jardim Salerno. Na postagem havia foto da senhora. “Eu me comovi com a cena e corri para procurá-la. Quando a encontrei, meu coração partiu e me perguntei: como uma pessoa pode viver nessas condições? Não há portas e nem janelas no local. Tudo aberto. O piso é de terra. Ela estava em um colchão no chão e bichos passavam sobre ela”, contou. Sensibilizada, a motorista levou a idosa e o filho para a casa dela, no Parque Jambeiro, em Campinas, onde deu banho e comida para os dois. “Não posso ficar com eles para sempre até porque não tenho condições, mas peço a ajuda de todos para dar uma vida digna para esta senhora”, disse. Ela postou fotos em seu Facebook e em poucos minutos a história foi compartilhada por dezenas de amigos. Na manhã de terça, ela fez um vídeo para justificar a campanha e em quatro horas teve 11 mil visualizações.   Filho Dona Maria, como é conhecida, não tem marido e vive só com o filho de 24 anos. Há mais de cinco anos descobriu um câncer no nariz. Ela trabalhava como catadora de reciclado. Segundo os vizinhos mais antigos, a idosa não se cuidou e a doença se agravou. Hoje ela não tem mais o nariz e já perdeu um olho para a doença. Como o filho tem que ficar cuidando 24h por dia da idosa, ele não pode trabalhar. Os dois vivem da ajuda de vizinhos, já que a aposentadoria de Maria não é suficiente. “Ela recebe assistência em saúde, mas a Prefeitura não pode fazer muita coisa. O filho dela tinha arranjado um trabalho em uma bicicletaria e começou a fazer a laje na casa, mas teve que parar. Ele tem que acompanhar a mãe na Unicamp”, contou a vizinha França Pereira da Silva Rodrigues, de 46 anos, que a conhece há mais de 10 anos.