PREJUÍZO

Vandalismo marca a greve de autoescolas em Campinas

Empresa teve pneus de carro esvaziados ao tentar fazer exame

Inaê Miranda
inae.miranda@rac.com.br
10/05/2013 às 07:30.
Atualizado em 25/04/2022 às 16:50

Rua Mário Nogueira de Almeida, no Jd. Aurélia, local de provas: vazia (Gustavo Tilio/Especial para a AAN)

A greve dos funcionários de autoescolas de Campinas entra nesta sexta-feira (10) em seu terceiro dia e pelo menos 850 exames práticos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) já foram cancelados. Autoescola que tentou fazer exame de 11 alunos teve os bicos dos pneus do carro cortados.

Uma audiência conciliatória entre o sindicato que representa a categoria e o sindicato patronal, realizada na tarde desta quinta-feira (9), terminou sem acordo.

As autoescolas que se arriscaram a levar os alunos ao local onde são feitos os exames tiveram que retornar e um dos carros teve os bicos dos pneus cortados por vândalos. De acordo com o sindicato dos trabalhadores, a paralisação continua até que haja o julgamento pelo Tribunal Regional do Trabalho, previsto para um mês.

Segundo a organização do movimento, cerca de 400 instrutores, o correspondente a 100%, aderiram a paralisação. “Na primeira audiência, realizada na segunda-feira, o sindicato patronal ofereceu 6,5%, que era o índice de inflação, e 1% de aumento real e não concordamos. Hoje, tentamos de todas as maneiras uma conciliação, mas não houve avanço nem disposição do sindicato patronal para que isso acontecesse. De qualquer maneira, continuamos abertos a negociar mesmo fora do tribunal”, afirmou Hilda Boaventura, advogada do Sindicato dos Trabalhadores.

A categoria reivindica 19% de aumento salarial, aumento do tíquete-alimentação para R$ 20,00, a concessão de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), convênio médico gratuito e prêmio por tempo de serviço.

Prejuízos

Por causa da paralisação, muitos alunos e autoescolas foram prejudicados. Caroline Moratelli, de 19 anos, estava com a prova prática agendada para quarta-feira (8), mas não conseguiu fazer.

Por causa do prazo para tirar a CNH, ela corre o risco de ter que repetir o processo novamente. “Eu a levei até o local e tivemos que voltar. O prazo dela de um ano está acabando e por causa da greve ela perdeu uma das duas chances que tinha de passar pelo exame. Foi um prejuízo para mim, que perdi compromissos e gastei combustível para levá-la até o local, mas o pior é para ela, que corre o risco de fazer a autoescola, exame médico, psicotécnico tudo de novo e perder R$ 900,00”, afirmou a mãe de Caroline, Maria Aparecida Soares Moratelli.

A autoescola Sport decidiu levar 11 alunos que insistiram para fazer o exame, mas teve os bicos dos pneus do carro cortados quando chegou ao local. “Foi só o tempo do meu instrutor parar no local para falar ao telefone e cortaram os bicos dos pneus com um alicate. Não houve diálogo”, afirma o proprietário da autoescola Daniel de Souza Moraes.

“A fala deles é que tinham recebido ordem para murchar os pneus dos carros de autoescola que aparecessem lá. Sentimos muito por essa atitude”, afirmou Elizabete Franco, proprietária. O sindicato dos trabalhadores negou o envolvimento e disse que desconhece a ação. “Isso foi para desestabilizar a greve e comprometer nossa audiência de hoje (quinta-feira)”, afirmou Hilda.

Em Campinas existem cerca de 40 autoescolas. O sindicato patronal foi procurado, mas não retornou os contatos. Em entrevista dada ao Correio quarta-feira (8), o presidente do Sindicato das autoescolas do estado de SP, José Guedes, disse que estava negociando há duas semanas. 

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Anuncie
(19) 3736-3085
comercial@rac.com.br
Fale Conosco
(19) 3772-8000
Central do Assinante
(19) 3736-3200
WhatsApp
(19) 9 9998-9902
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por