Funcionários da prefeitura de Valinhos realizam poda de árvore (Alessandro Torres)
As cidades de Valinhos e Vinhedo, na Região Metropolitana de Campinas (RMC), estão enfrentando sérios problemas em razão das fortes chuvas que atingiram a região nesta semana. Em Valinhos, 28 pessoas que moravam na região do Pinheirinho estão desabrigadas e tiveram que ser levadas para um hotel na cidade. Além disso, o Centro de Lazer do Trabalhador (CLT) Ayrton Senna ficará fechado por dez dias para poda de árvores que correm risco de cair. Já em Vinhedo, a companhia de Saneamento Básico de Vinhedo (Sanebavi) determinou desde quinta-feira (2) o revezamento no abastecimento de água nos bairros atendidos pela Estação de Tratamento de Água 1 (ETA-1). A medida foi necessária para evitar que o sistema entre em colapso, após danos causados pelas fortes chuvas nos equipamentos da ETA-1 responsáveis pelo sistema de captação de água do Rio Capivari e deve vigorar por pelo menos cinco dias.
Depois de um janeiro chuvoso, Valinhos voltou a registrar volumes acima da média em fevereiro. Somente durante a tarde de terça-feira, dia 28, a Defesa Civil informou que choveu 93 mm em quatro horas, das 13h às 17h. No mês, o acumulado foi de 196 mm, 111% acima da média mensal esperada. Com isso, 28 pessoas ficaram desabrigadas na região do Pinheirinho e tiveram que ser transferidas para um hotel pela Prefeitura. A previsão é que essas pessoas fiquem no local por dez dias. A prefeita Capitã Lucimara Godoy disse que a cidade precisava dar uma resposta imediata.
As casas dessas famílias foram invadidas por água e lama, com perdas de seus pertences. “A previsão indica mais chuvas intensas nos próximos dias. Portanto, além da prevenção de riscos, essas famílias precisam ter condições dignas de moradia, alimentação e higiene enquanto trabalhamos em outras frentes que trarão resultados a curto, médio e longo prazo”, explica a prefeita.
A arrecadação de alimentos, vestuários, eletrodomésticos, itens de higiene pessoal e móveis está sendo realizada pelo Fundo Social de Solidariedade, vinculado à Secretaria Municipal de Assistência.
O caso da queda do eucalipto no Lagoa do Taquaral em Campinas há mais de um mês que matou a menina Isabela Firmino Tiburcio de 7 anos, levou a Administração de Valinhos a adotar uma postura de cautela diante da possibilidade de queda de árvores na cidade. Diante disso, a prefeitura de Valinhos através da Secretaria de Serviços Públicos determinou a interdição do CLT Ayrton Senna para o serviço de poda e retirada de árvores.
Segundo a Prefeitura, ainda não há informações de quantas árvores serão retiradas, pois o trabalho está sendo realizado em etapas. Os estudos começaram após as fortes chuvas que caíram no município. O administrador do parque, Napoleão Tomás Aquino, explicou o processo que está sendo adotado. “Estamos com medo que alguma árvore esteja podre na parte de baixo, que a gente não percebe olhando. Então, a gente faz o estudo, cava, tira a casca e vê se a árvore está doente. Essa árvore pode cair em cima de alguém, como aconteceu no Taquaral, o que assustou a gente”, comentou Aquino que está no cargo há três anos.
Já em Vinhedo, na última quarta-feira a companhia de Saneamento Básico de Vinhedo (Sanebavi) recorreu a uma medida emergencial para recuperar o Sistema da Estação de Tratamento de Água 1 (ETA 1), com revezamento no abastecimento dos bairros atendidos pela Estação.
Os bairros da cidade foram divididos entre setores amarelo e verde. Cada um ficará sem abastecimento por 24 horas. A exceção é o bairro Capela e as adjacências, que não vão entrar no rodízio porque são atendidos pela ETA 2. Esse esquema segue até segunda-feira, com a possibilidade de prorrogação.
Essa medida foi adotada para evitar o colapso do sistema, pois a estação está operando abaixo da capacidade. A vazão média é entre 750 e 780m³/hora e está em aproximadamente 550m³/h. Essa redução é consequência dos danos causados pelas fortes chuvas que caíram na cidade na terça-feira, que acabaram danificando diversos equipamentos de captação de água do Rio Capivari para a estação. As equipes da Sanebavi estão fazendo a manutenção e substituição de bombas e outros dispositivos.
O diretor responsável pela ETA, Gabriel Carvalho, explicou que a vazão reduzida da estação não supre o consumo da região, por isso foi adotado o sistema de revezamento. “Os reservatórios estão com níveis extremamente baixos devido à produção limitada da estação, sendo insuficiente para atender a demanda de consumo da população. Dessa forma, o sistema não consegue estabilizar as pressões, por isso houve a necessidade da adoção dessa ação emergencial de revezamento no abastecimento”.
