Limitação para veículos oficiais no estacionamento do Paço complica trânsito na Barreto Leme
Carros oficiais e de prestadores de serviço ao longo da Rua Barreto Leme, ao lado do estacionamento oficial do Paço (Cesar Rodrigues/AAN)
A reserva de vagas para estacionamento de veículos particulares de funcionários, diretores e secretários municipais no estacionamento externo da Prefeitura, na Rua Barreto Leme, está gerando polêmica. O espaço, com 61 vagas, tinha até segunda-feira (14) 15 delas destinadas a veículos oficiais e que prestam serviços para o governo municipal, realizando o transporte de servidores e de documentos. Mas essas vagas foram reduzidas para seis e os carros que não podem mais entrar estão parando na rua, alguns em locais proibidos. Os motoristas “barrados” dizem que o espaço que deveria estar “a serviço do interesse público” foi transformado em estacionamento particular.A medida está levando problemas para o trânsito da Barreto Leme, já que esses veículos estão sendo estacionados em toda a extensão da rua, na área de Zona Azul. O problema ocorre mesmo quando há espaço de sobra no estacionamento da Prefeitura, que passou a ter o limite de apenas seis carros rotativos. “Eles não têm vaga lá dentro e param do lado de fora, atrapalhando o trânsito. Param até nas vagas dos táxis. A Prefeitura tem que arranjar vagas lá dentro”, afirmou o taxista Fábio Roberto.Os motoristas dos veículos oficiais ou que estão a serviço da Prefeitura dizem que já foram multados pelos agentes da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec). “As multas vêm direto nos nossos holerites, sendo que os carros que dirigimos estão a serviço da população e têm o direito de parar no estacionamento da Prefeitura. Não os carros particulares de secretários, de diretores e de comissionados”, reclamou um motorista.Os motoristas das empresas terceirizadas têm direito a parar nas seis vagas rotativas que restaram por 30 minutos. Já os veículos transitórios, de outras secretarias ou repartições municipais instaladas em outras regiões da cidade, podem estacionar por uma hora. “O pátio fica lotado de marajá da Prefeitura. Quem está parando lá dentro são as pessoas que recebem altos salários e que têm condição de pagar um estacionamento para deixar os carros”, reclamou outro motorista. AlternativaDe acordo com o secretário de Administração, Sílvio Bernardin, atualmente os estacionamentos do subsolo e o externo têm um total de 131 vagas para 207 usuários cadastrados. Ele disse que as vagas para os veículos rotativos foram apenas disciplinadas. “Antes eles entravam a qualquer hora em qualquer circunstância. E não precisam ficar aqui porque estão sediados em outros locais. Estão de passagem ou à espera de algum servidor”, explicou.O secretário admite que os motoristas tiveram as alternativas de estacionamento reduzidas e que, para evitar que os veículos sejam estacionados na rua — são 52 veículos rotativos —, estuda uma alternativa que deve ser implantada na próxima semana.A ideia, segundo Bernardim, é criar um bolsão próximo ao Paço — em uma área pública na Avenida Norte-Sul, onde funciona a Administração Regional 2. Os veículos rotativos ficariam estacionados no local, à espera de um chamado. “Eles ficariam lá à espera de atender alguém no Paço. E no estacionamento da Prefeitura deixaríamos quatro ou seis vagas para os rotativos e à medida que essas vagas forem abertas, imediatamente um que está lá viria para a Prefeitura, como um ponto de táxi. Estamos acertando as últimas providências”, explicou.Sobre o uso do estacionamento por secretários, diretores e funcionários, Bernardim acrescentou que não se trata de um benefício. “É tradição terem direito a vaga no estacionamento. Não é um simples benefício. Eles não têm horário definido para trabalhar. Muitas vezes saem daqui tarde.”