Composição está parada há cerca de um mês no local, próximo à Avenida Lix da Cunha; resistência da ponte causa temor por parte do moradores ( Elcio Alves)
Dezenas de vagões de trem parados na linha férrea em cima da avenida Lix da Cunha, na Vila Proost de Souza, intrigam moradores e ao mesmo tempo causam temor na vizinhança. A composição está parada há cerca de um mês no local, e a maior preocupação é que possa servir como esconderijo para assaltantes e usuários de drogas. Além disso, os moradores alertam que a construção da ponte por onde passa a linha férrea é antiga e o medo é que não tenha estrutura suficiente para suportar tanto peso, podendo ser palco de uma enorme tragédia. “Acredito que a ponte tenha mais de 100 anos e não sei como é a estrutura. É um peso astronômico, imagino que deve ter no mínimo 30, 40 vagões parados. Ninguém sabe porque eles estão ali, está se tornando um mistério. Sempre tem trens passando por ali, como está fazendo?”, indagou o aposentado José Luis Furlan, de 59 anos, que mora próximo ao trecho da linha férrea na Vila Proost de Souza.Proprietário de uma retífica de motores localizada em frente à linha férrea, Moisés Fernandes Voltarelli, de 28 anos, diz que não é comum os vagões ficarem estacionados no local e conta que o espaço é frequentado por usuários de drogas. “Nunca tinha visto o trem ficar parado, aqui tem muitos usuários de drogas e é rota do Centro para o Boa Vista. A ponte é feita para o trem passar, não para o trem ficar parado em cima. Ninguém fala nada o que acontece. Escutei falar que estão reformando a linha férrea, por isso vão deixar parado aqui terminar a obra”, disse Voltarelli.O pai do mecânico, João Cirilo Voltarelli, de 56 anos, que também trabalha na oficina, teme que a permanência dos vagões facilite furtos e assaltos. “Com esses trens parados não tenho nenhuma visão da rua, não sei se vai sair alguém de lá. E também atrapalha o comércio, quem vem da Lix da Cunha não enxerga a oficina. A rua aqui é cheia de comércio e está prejudicando”, reclamou.Responsável pelos vagões e uso da linha férrea, a América Latina Logística (ALL) afirmou, através da assessoria de imprensa, que a composição está estacionada corretamente no local e que não oferece risco à estrutura da ponte. De acordo com a ALL, a linha não é uma área de circulação e não atrapalha a passagem de outros trens, que se deslocam por outra via. “A composição está devidamente estacionada em área operacional. É importante ressaltar que os vagões não estão interrompendo passagens de nível, e que a empresa tomou todas as providências necessárias para que não haja transtornos ou riscos à população. A companhia informa ainda que a estrutura da referida ponte ferroviária tem capacidade de suportar o peso dos trens.” Com relação às questões de segurança, a ALL disse que uma equipe de segurança da empresa realiza rondas preventivas constantemente nessa área.