antígeno

Vacina vai custar mais de US$ 30 bi

É um investimento que vale a pena fazer. Se não nos mobilizarmos agora, os custos humanos e as repercussões econômicas vão piorar

France Press
28/06/2020 às 14:37.
Atualizado em 28/03/2022 às 23:17
A China é um dos países que estão na liderança na busca pela vacina (Divulgação/EBC)

A China é um dos países que estão na liderança na busca pela vacina (Divulgação/EBC)

Mais de US$ 30 bilhões serão necessários para desenvolver testes, vacinas e tratamentos para a Covid-19, informou na sexta-feira a Organização Mundial da Saúde, às vésperas de uma conferência de doadores. A iniciativa internacional ACT Accelerator, lançada no final de abril pela OMS e seus parceiros para acelerar o desenvolvimento, a produção e o acesso equitativo a novos diagnósticos, terapias e vacinas contra o novo coronavírus, exigirá "US$ 31,3 bilhões nos próximos 12 meses", afirmou a agência em comunicado. Até o momento, foram prometidos US$ 3,4 bilhões. "Portanto, são necessários US$ 27,9 bilhões adicionais, incluindo US$ 13,7 bilhões para cobrir necessidades imediatas", afirmou a OMS. "É um investimento que vale a pena fazer. Se não nos mobilizarmos agora, os custos humanos e as repercussões econômicas vão piorar", disse Ngozi Okonjo-Iweala, enviado especial para a iniciativa internacional, durante uma conferência de imprensa virtual.  "Embora esses números pareçam importantes, não são quando pensamos na alternativa. Se gastarmos bilhões agora, podemos evitar gastar milhares de bilhões depois. Precisamos agir agora e juntos", apontou.  Espera-se que os fundos permitam o desenvolvimento e distribuição de 500 milhões de testes e 245 milhões de tratamentos em países de baixa e média renda até meados de 2021 e 2 bilhões de doses de vacina em todo o mundo, metade dos quais em países de baixa e média renda até o final de 2021. "Está claro que, para controlar a Covid-19 e salvar vidas, precisamos de vacinas, diagnósticos e terapias eficazes, em volumes sem precedentes e em uma velocidade sem precedentes", disse o diretor executivo da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. "E está claro que, como todos podem ser afetados pela Covid-19, todos devem ter acesso a todas as ferramentas de prevenção, detecção e tratamento, e não apenas àqueles que podem pagar por elas", apontou. A nova pandemia de coronavírus matou pelo menos 487.274 pessoas em todo o mundo desde que a China notificou oficialmente a doença em dezembro, segundo balanço estabelecido pela AFP nesta sexta-feira. A conferência de doadores a ser realizada no sábado coincidirá com um grande concerto virtual, durante o qual grandes estrelas da música - como Shakira, Coldplay, Usher ou Justin Bieber - se mobilizarão para apoiar a coleta de doações em pesquisas médicas contra a Covid-19. Movimento antivacina gera desinformação na Internet O movimento antivacina se lançou no combate ao ainda inexistente antígeno contra a Covid-19 e já divulga na Internet todo o tipo de desinformação sobre o tema: desde que será puro veneno até que serão introduzidos chips eletrônicos no corpo da população. Um exemplo recente é o vídeo "Plandemic", que acumula milhões de visualizações no YouTube e em outras plataformas desde maio. Entre os inúmeros dados falsos expostos no material, está que "as vacinas mataram milhões de pessoas". O vídeo destaca ainda uma lista de substâncias com nomes perturbadores (fenoxietanol, cloreto de potássio e outros), presentes nas vacinas em quantidades tóxicas - o que também não é verdade. Essas publicações são acompanhadas por milhares de comentários de usuários da Internet, muitos dos quais asseguram que não pretendem ser vacinados contra a Covid-19. Embora a retórica antivacina não seja nova, a pandemia contribuiu para torná-la mais visível, explicam especialistas ouvidos pela AFP, enquanto pesquisadores do mundo inteiro trabalham em uma corrida contra o tempo para encontrar um antígeno. Facebook, Twitter e YouTube, em particular, criaram uma "câmara de ressonância" muito eficaz para a desinformação promovida pelo movimento antivacina, explica Sylvain Delouvée, pesquisador da Universidade de Rennes 2, que lembra o consenso científico a favor da vacinação.

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