H1N1

Vacina contra a gripe atinge só 23% do público na primeira fase

Nesta primeira fase da imunização contra a influenza, que teve início no dia 12 de abril e vai até o dia 10 de maio, o objetivo é atender as crianças entre seis meses e menores de seis anos, gestantes, puérperas e profissionais da saúde

Da Redação
27/04/2021 às 12:09.
Atualizado em 21/03/2022 às 21:43
Enfermeira aguarda paciente no posto de vacinação do Jardim Aurélia; ontem foram vacinadas apenas 20 pessoas (Ricardo Lima/ Correio Popular)

Enfermeira aguarda paciente no posto de vacinação do Jardim Aurélia; ontem foram vacinadas apenas 20 pessoas (Ricardo Lima/ Correio Popular)

A campanha de vacinação contra a gripe em Campinas tem registrado baixa adesão do público-alvo, de acordo com a Prefeitura. Nesta primeira fase da imunização contra a influenza, que teve início no dia 12 de abril e vai até o dia 10 de maio, o objetivo é atender as crianças entre seis meses e menores de seis anos, gestantes, puérperas e profissionais da saúde. Mas, faltando apenas duas semanas para o encerramento da primeira etapa da vacinação, somente 23% do público-alvo foi imunizado. A meta, segundo a Administração é atender pelo menos 90% do grupo prioritário.

Segundo a médica infectologista e coordenadora da Vigilância de Agravos e Doenças da Prefeitura de Campinas, Valéria Almeida, o total do público que deve receber a dose contra a influenza nesta primeira etapa é de aproximadamente 144.500 pessoas, sendo que a maior parte é de crianças (79.000). Na sequência vem os trabalhadores da saúde (52.500), as gestantes (11.000) e puérperas (2.000). Do total, apenas 34.420 pessoas foram vacinadas até o momento. De acordo com a médica, as pessoas não estão dando a devida importância para a imunização contra a influenza. "Para o grupo que buscamos atender, a gripe comum pode ser tão grave quanto a covid-19. A impressão que temos, é que a população ainda não compreendeu isso", afirmou Valéria.

Dentre os grupos prioritários nesta fase, os que menos se vacinaram até o momento são os profissionais da saúde, apenas 20% da categoria tomou a vacina contra a influenza. Na sequência estão as gestantes e puérperas, com 23% da população atendida, e as crianças com 25% delas imunizadas. Segundo Valéria, a não proteção dessas pessoas é um risco. Para as crianças da faixa etária que deve ser atendida, o quadro clínico da influenza e da covid-19 são muito parecidos, complementou. "Neste momento de retorno às aulas, a baixa adesão reflete em uma exposição à doença que poderia ser evitada", ressaltou a médica.

Como as campanhas contra o novo coronavírus e da influenza estão ocorrendo ao mesmo tempo, a coordenadora acredita que as pessoas estão com foco maior na covid-19, deixando de lado o risco, inclusive de vida, que a influenza causa. "A gripe pode provocar um quadro respiratório grave, assim como a covid-19", considerou Valéria. Para a médica, ainda assim, não deveria ter conflito entre as duas vacinas, pois a maior parte dos profissionais da saúde foi vacinada entre janeiro e fevereiro deste ano. E as crianças e a maioria das gestantes ainda não entraram no público alvo para a imunização contra o Sars-Cov 2. Vale lembrar que o intervalo mínimo entre as doses da covid-19 e da influenza é de 14 dias.

Em 2020, a adesão da vacinação contra a gripe foi alta de modo geral, segundo a coordenadora. Mas, as gestantes e puérperas todos os anos registram baixo atendimento durante a imunização contra a influenza, acrescentou. "Nós, inclusive, encaminhamos as doses para a maternidade, para facilitar o atendimento das mães que estão internadas para ter o bebê. Não há motivo para que elas corram esse risco, ao não se protegerem", ressaltou a médica. Valéria reforçou que muitas mães têm medo de causarem algum mal aos filhos durante a gestação, se tomarem a vacina, mas não há chances disso ocorrer. "Não há esse perigo, pois o imunizante é feito com fragmentos do vírus. A vacina é segura", garantiu.

As próximas pessoas a serem vacinadas contra a gripe serão os idosos acima de 60 anos, e os professores de escolas públicas e privadas, que serão atendidos a partir do dia 11 de maio. A campanha encerra apenas quando as doses recebidas chegarem ao fim, segundo Valéria. A expectativa é vacinar nas três etapas 482.647 pessoas. A coordenadora reforçou que, como a influenza pode evoluir para casos graves, é importante que os grupos priorizados na vacinação se protejam o quanto antes, para não correrem o risco de ir ao hospital por complicações da gripe. "Hoje os leitos estão ocupados com pacientes da covid-19. Se a pessoa precisar ir ao hospital, e caso consiga algum leito disponível, ela vai se expor ainda mais ao novo coronavírus", concluiu a médica.

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