CAMPINAS

UTIs públicas seguem colapsadas com taxa de ocupação de 100%

Paciente esperou 17 horas para internar filha; prefeitura orienta a população para procurar Centros de Saúde dos seus bairros antes de se dirigir para o hospital; na rede privada ocupação é de 95,59%

Da Redação
18/03/2021 às 13:51.
Atualizado em 22/03/2022 às 02:08
Movimentação em frente ao Hospital Metropolitano: ontem foi um dia intenso com um entra e sai de ambulância e angústia de familiares (Diogo Zacarias/ Correio Popular)

Movimentação em frente ao Hospital Metropolitano: ontem foi um dia intenso com um entra e sai de ambulância e angústia de familiares (Diogo Zacarias/ Correio Popular)

O Hospital Metropolitano, que recentemente passou a abrigar o "gripário" transferido do ambulatório do Hospital Mário Gatti, tem recebido uma alta demanda de pacientes vítimas da covid-19. A média de atendimento tem ficado entre 120 e 140 pacientes por dia. Vale lembrar que a Prefeitura mantém ainda outros três Centros de Saúde (CS), como porta de entrada para casos de contaminação de coronavírus na rede pública municipal.

Ontem, o local viveu mais um dia de intenso movimento, entra e sai de ambulâncias e a população buscando informações e socorro para os seus doentes. Foi o caso da funcionária doméstica Maria Inês Cogo dos Santos, 67 anos, que buscava atendimento para a sua filha.

De acordo com ela, foram 17 horas aguardando o andamento do atendimento da filha, entre exames e encaminhamentos. "Cheguei aqui às 6 horas da manhã. Fomos atendidos e fizemos radiografia dos pulmões, depois exame de sangue, e estamos aqui esperando, ela está lá dentro porque está com os batimentos cardíacos baixos e falta de ar. Ela é deficiente", disse.

O caso do funileiro Everaldo de Camargo, 50 anos, era ainda mais dramático. Ele conta que está há uma semana em contato com o Hospital Metropolitano atrás do paradeiro do pai. "Não tenho posição nenhuma. Eles falam que vão ligar e que vão dar uma posição sobre o meu pai, mas até agora nada. Justificam dizendo que está corrido e pedem para aguardar, mas não sei nem se meu pai está ainda internado aqui", desabafa.

A cuidadora Quitéria Vidal, 50 anos, também estava à procura de atendimento para o filho. "Estou aqui com meu filho e ele está com os sintomas desde sábado. Não sei o que fazer. Estou aguardando para fazer os exames", disse.

A Prefeitura informou por meio de nota que os atendimentos seguem normalmente. Que os pacientes que chegam lá são atendidos conforme classificação de risco e, nos casos mais urgentes, têm encaminhamento imediato.

Ainda conforme a nota, a Prefeitura diz que a Rede Mário Gatti trabalha para aprimorar o sistema de informação dos pacientes para as famílias. E orienta a população para que procure preferencialmente os Centros de Saúde dos seus bairros antes de se dirigir para o hospital.

Os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da rede municipal e estadual destinados à pacientes covid-19 seguem colapsados, com taxa de ocupação de 100%.

Se contabilizados os leitos da rede de saúde pública e privada, 390 leitos estão ocupados. Há 18 leitos livres de um total de 408 leitos de UTI. Uma taxa de ocupação de 95,59%.

Dos 140 leitos SUS municipal, todos estão ocupados. O mesmo ocorre com os 40 leitos SUS estadual. Não há leitos livres. Na rede particular, dos 228 leitos, 210 estão ocupados. Há 18 leitos livres. A fila de espera por leitos de UTI e enfermaria segue com mais de 100 pessoas na cidade.

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