coronavírus

UTI particular tem alta ocupação

O número é superior ao verificado nos leitos da rede pública desde o final do mês passado

Da Agência Anhanguera
14/11/2020 às 08:53.
Atualizado em 27/03/2022 às 16:16
Mulheres não abrem mão da proteção, apesar de a pandemia dar sinais de estabilização na cidade (Cedoc/RAC)

Mulheres não abrem mão da proteção, apesar de a pandemia dar sinais de estabilização na cidade (Cedoc/RAC)

O índice de ocupação de leitos de UTI para pacientes Covid na rede particular em Campinas vem se mantendo muito superior ao verificado nas redes públicas. Desde o final de outubro — e ao longo dos primeiros dias de novembro — a ocupação dos leitos de UTI na rede particular foi superior a 70% na média, enquanto que na rede pública, o índice tem girado em torno de 56%. No dia 20 de outubro, por exemplo, o índice na rede particular chegou a 74% — contra 41% do SUS Municipal. No dia seguinte, bateu em 76%, contra 43% da rede pública. Essa diferença — que tem se mantido em novembro — chegou a registrar pico de 76,6% no último dia 10. Ontem. o SUS Municipal estava com 47% de ocupação e a rede particular chegava a 66,6%. O secretário de saúde, Cármino de Souza disse ontem que o fenômeno pode ser explicado por dois motivos. “A rede privada tem maior dificuldade em deixar leito vazio por conta do custo”, diz. “E segundo: a rede privada não atende só os pacientes de Campinas. Eles atendem pacientes que têm plano de saúde. E, por causa disso, tem gente de todos os municípios da região, às vezes até de fora do Estado”, acrescenta. Para o secretário, se for necessário, a rede tem condições de ampliar a oferta. “Agora, isso não é um problema. Da mesma forma que tem mais agilidade para fechar, tem agilidade para abrir. Então, se for necessário o incremento nesse número, ele será feito a qualquer momento”, aposta. O prefeito Jonas Donizette (PSB) também não vê sinal de anomalia. “O setor privado trabalha com uma lógica diferente. O setor público tem uma reserva maior”, diz. Sem internação Em entrevista coletiva virtual na manhã de ontem, o prefeito comemorou um indicador em especial na luta contra a pandemia do coronavírus. Disse que a cidade fechou a semana sem nenhuma nova internação em UTI de pacientes Covid na rede pública municipal. Esse dado, segundo ele, é um indicativo de que a pandemia está estabilizada na cidade. Segundo Cármino de Souza, a rede municipal conta hoje com nove pessoas internadas em UTIs com mais de 30 dias. Cármino disse que a secretaria de Saúde vai se manter “prudente” em relação a um eventual programa de redução no número de leitos. “Nós estamos num momento de estabilidade. O número de óbitos é baixo e o nosso índice de letalidade é o menor desde o início da pandemia (em torno de 3,3%), mas, de qualquer maneira, vamos nos manter superatentos”, garantiu o secretário de Saúde. Campinas registra mais duas mortes Campinas registrou mais duas mortes por Covid-19 ontem e chegou à marca de 1.340 vítimas da doença desde o início da pandemia em março, segundo boletim divulgado pelo prefeito Jonas Donizette (PSB), em entrevista coletiva. As vítimas são dois homens que tinham as chamadas comorbidades — que são doenças pré-existentes. Um deles tinha 79 anos e a morte aconteceu no dia 9 de novembro. O outro, de 83 anos, morreu no dia 1<SC210,186> deste mês. Os dois estavam internados em hospitais privados. Segundo o boletim, outras 20 mortes estão sendo investigadas.  Campinas registrou também 121 novos casos de contaminação e agora conta com 39.891 pessoas que se infectaram com o vírus. Há outros 633 casos em investigação. Das confirmações, 38.115 pessoas já se recuperaram da doença — 70 indivíduos a mais na comparação com o boletim da quinta-feira. A cidade tem ainda 172 pessoas internadas com Covid e 261 que estão sendo monitoradas, em isolamento domiciliar. O Concerto de Natal da Orquestra Sinfônica de Campinas, que ainda está sendo organizado, será especial este ano segundo o prefeito Jonas Donizette. "Vamos convidar algumas pessoas que tiveram Covid e se recuperaram. Será uma maneira de homenageá-las pela garra que tiveram e luta pela vida", disse o prefeito. SindHosp não vê o quadro como conclusivo O Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp) emitiu nota, ontem, para comentar a possibilidade de estar se verificando aumento no número de internações em alguns hospitais privados da capital paulista. Para a entidade, esse aumento registrado nos últimos dias ainda não é conclusivo. De acordo com a entidade, não há dados suficientes para afirmar que o crescimento é generalizado na capital ou no estado de São Paulo. "O aumento de internações são ainda localizados em instituições de referência e ainda não pode ser confirmado como tendência histórica”, disse o presidente do SindHosp, o médico Francisco Balestrin. “Precisamos analisar se realmente há aumento de casos de internações e em que frequência isso acontece”, acrescentou ele. O SindHosp representa 44 mil serviços de saúde privados e lucrativos no estado, sendo 466 hospitais dos quais 116 na capital.

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