lotado e caro

Usuários de ônibus avaliam serviço

Para 77% dos usuários do transporte coletivo público de Piracicaba, a superlotação dos ônibus é o que mais causa insatisfação no serviço prestado

Adriana Ferezim
adriana.ferezim@gazetadepiracicaba.com.br
14/11/2018 às 10:58.
Atualizado em 06/04/2022 às 00:24

Para 77% dos usuários do transporte coletivo público de Piracicaba, a superlotação dos ônibus é o que mais causa insatisfação no serviço prestado na cidade. Outro item apontado como insatisfatório é o valor da tarifa, o segundo maior apontado por 71% dos entrevistados na pesquisa sobre mobilidade urbana e transporte coletivo realizada pelo Observatório Cidadão de Piracicaba e coordenado pelo professor Roberto Braga, do Instituto de Geociências e Ciências Exatas do câmpus Rio Claro da Unesp (Universidade Estadual Paulista). O secretário municipal de Trânsito e Transportes, Jorge Akira, afirmou que a lotação dos veículos nos horários de pico é um problema no mundo todo e em todos os meios de transporte. Já com relação ao preço da tarifa, ele disse que há uma mobilização dos Fóruns Paulista e Nacional de Secretários de Trânsito e Transportes, da Frente Nacional dos Prefeitos e da Associação Nacional do Transporte Público, que vai encaminhar um manifesto ao novo governo federal para a adoção de políticas públicas e planejamento na esfera federal e estadual. "Todas as cidades sofrem com o valor da tarifa e precisam subsidiar sozinhas o transporte. Em Piracicaba, a medida começou em 2015 e já está a R$ 6 milhões ao ano. E, esse valor é insuficiente para o equilíbrio financeiro do sistema. Houve redução dos usuários em todos os municípios, que não conseguem mais manter dessa forma", ressaltou. Para o Observatório, o secretário tem razão em participar dessa cobrança, porque o transporte público é um direito e precisa de subsídio federal. Também deve ser considerado como eixo estratégico da mobilidade urbana nas cidades, para atrair mais usuários e desonerar que as pessoas mais pobres, que usam o sistema, paguem pelas gratuidades concedidas, como acontece em Piracicaba. Para o órgão, os benefícios devem ser custeados integralmente pelo orçamento do município. A segurança nos pontos de ônibus aparece em terceiro lugar como item insatisfatório, com 50% das queixas. Foram ouvidas 319 pessoas na pesquisa e a faixa de renda familiar predominante deles é de dois salários mínimos. No geral, 40% consideraram o sistema satisfatório, já 35,8% estão insatisfeitos e 21,2%, nem satisfeitos, nem insatisfeitos. "O uso do transporte público cai à medida que a renda aumenta e isso é um problema sério. Implica em aumento do transporte individual, que agrava a situação da poluição urbana, do trânsito em si, da segurança do motorista, do passageiro", comentou Braga. O boletim contém ainda nove sugestões de medidas para a melhoria do transporte público. "A pesquisa mostra de forma clara os pontos que merecem mais atenção na gestão da mobilidade urbana na cidade", afirmou Bruno Vello, pesquisador na área de ciências políticas e membro do Observatório. Motoristas são bem avaliados A população que usa o transporte coletivo de Piracicaba, em três itens avaliados em relação aos motoristas, deu excelente grau de satisfação com o trabalho dos condutores dos ônibus. Mais de 63% aprovam a forma de dirigir, 65,2% afirmou que eles respeitam as paradas e 61,7% que prestam bom atendimento aos usuários. Eles têm respaldo de lei municipal, por exemplo, para parar fora do ponto, em local mais seguro para o passageiro descer à noite. “Quando renovamos a concessão, uma das nossas exigências era que o treinamento dos motoristas fosse contínuo. E a pesquisa revela essa medida deu resultado. No geral, dos 26 critérios analisados em toda a pesquisa, 15 foram positivos. A pesquisa é bem-vinda e será analisada pela administração”, explicou o secretário Jorge Akira. Ele ressaltou que há sempre busca por melhora e quando são detectadas necessidades há reprogramação nas linhas.

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