FALTA DE ESTRUTURA

Usuário de Campinas pede por mais pontos de ônibus

Passageiros reclamam que abrigos, além de insuficientes, estão deteriorados

Mariana Camba/ Correio Popular
mariana.camba@rac.com.br
17/03/2021 às 12:26.
Atualizado em 22/03/2022 às 02:00

Usuária espera pelo transporte coletivo no bairro Village, distrito de Barão Geraldo, em Campinas: área sem ponto de ônibus, sem qualquer demarcação e tomada pelo mato (Ricardo Lima/ Correio Popular)

Campinas conta com 5.233 pontos de parada oficiais do sistema de transporte público. Destes, perto de 67% (3.516) não possuem cobertura. Apenas 1.717 têm algum tipo de estrutura para a proteção do usuário, mas muitos não apresentam boas condições de conservação. De acordo com a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), os pontos com abrigos são priorizados nos locais de embarque com alta concentração de passageiros.

Os pontos sem coberturas estão espalhados por todas as regiões do município. Na Avenida Brasil, por exemplo, é possível obervar muitos passageiros aguardando a chegada do ônibus na calçada, sem nenhuma estrutura para acomodá-los durante a espera. A atendente Maria Almeida, 29 anos, afirma que todos os dias sente os reflexos dessa falta de cuidado do município. "Passo por aqui na ida e volta do meu trabalho. Se estiver chovendo, eu me molho. Caso o sol esteja forte, não tem para onde eu ir. De manhã é o período com mais passageiros. As pessoas precisam recorrer aos comércios ao lado para se proteger", afirmou.

A estagiária Laura Miranda, 18 anos, espera pelos veículos do transporte público no mesmo ponto. Ela ressaltou que a situação está tão precária em relação à falta de cobertura nas áreas de embarque de passageiros, que seria importante ter uma movimentação da população para cobrar da Prefeitura uma solução para o problema. "Acredito que seja um dever da Administração fazer com que todos os pontos tenham o mínimo de estrutura para a população", ressaltou.

Em frente à parada sem cobertura da Avenida Brasil, há um comércio. Leite Ferreira, 34 anos, é a proprietária do estabelecimento. Ela explica que o ponto ficava em outro local da via, mas foi mudado de lugar pela Prefeitura. "As pessoas ficam sentadas em frente à entrada da minha loja, com o intuito de se esconderem do sol e da chuva. Isso acaba obstruindo a nossa fachada. É um problema. Tem dias que eu não consigo entrar devido ao número de passageiros que se aglomeram na entrada do estabelecimento", explicou.

A falta de coberturas e assentos nas paradas de ônibus é ainda mais precária na periferia. No bairro Village Campinas, por exemplo, é constante a reclamação dos moradores com relação à falta de pontos de ônibus demarcados, que ofereçam algum tipo de conforto. Silvandira da Silvia, 63 anos, proprietária do "Bar do Carlito", vive escutando as reclamações dos passageiros. "As pessoas não têm onde ficar. O abrigo que encontram é a cobertura do meu bar", conta.

Segundo ela, funcionários da Prefeitura foram ao local há cerca de quatro anos, e cavaram um buraco para que o ponto fosse construído. "Mas o serviço nunca foi finalizado. Os moradores do bairro convivem há tanto tempo nessas condições que até se acostumaram com a ausência de estrutura", afirma. A comerciante acrescenta que a situação nos bairros mais distantes do Centro é ainda pior, porque o intervalo entre as viagens dos ônibus é maior. "Isso obriga os passageiros a esperar mais, em condição de desconforto".

Em nota, a Emdec afirmou que a partir deste ano vai priorizar a implantação de abrigos nos pontos de embarque. Para isso a empresa municipal vai utilizar recursos do valor da outorga mensal do contrato de abrigos da área central, com o intuito de atender também as áreas mais periféricas. A Emdec declarou ainda que vai buscar outros recursos para que esse projeto possa ser colocado em prática.

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