Universidades estaduais defendem autonomia total

Os cortes promovidos pelo governo federal no orçamento das universidades e institutos federais e a possibilidade de alterações na política educacional levaram as três principais universidades do Estado – Unicamp, USP e Unesp – a elaborar um documento em que reafirmam a autonomia administrativa e financeira das faculdades estaduais públicas paulistas. A medida foi elaborada na última quinta-feira e será agora entregue ao governador João Doria. A ideia é enfatizar a necessidade para que o Estado dê uma maior autonomia administrativa e financeira para todas essas universidades, de modo que haja um melhor funcionamento de gestão destas instituições de ensino. Está foi a primeira vez na história que os três conselhos universitários participaram de uma reunião conjunta, que contou com a presença de 195 conselheiros das três instituições no Auditório do Centro de Difusão Internacional (CDI) da USP, na Capital paulista. O documento elaborado foi produzido para marcar o aniversário de trinta anos da publicação do decreto governamental que instituiu a autonomia universitária, em fevereiro de 1989. Ao todo, a moção foi aprovada pela ampla maioria dos conselheiros: 192 votos favoráveis e três abstenções. Em separado, a USP contabilizou 77 votos favoráveis e três abstenções; a Unesp teve 59 votos favoráveis, enquanto a Unicamp, 56. O evento foi presidido pelo reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, atual presidente do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp). Além dele, também participaram da ação os reitores Vahan Agopyan (USP) e Sandro Valentini (Unesp). “Nós aprovamos uma moção para transformar o decreto da autonomia em uma lei do Estado de São Paulo. Nós estamos aqui hoje justamente discutindo os benefícios da história da autonomia e naturalmente os desafios que temos pela frente”, explica Knobel. Ainda fizeram uso da palavra durante o encontro os docentes Floriano Peixoto de Azevedo Marques Neto (USP), João Frederico da Costa Azevedo Meyer (Unicamp) e José Alexandre de Jesus Perinotto (Unesp), além do professor Wagner Romão, presidente da Associação de Docentes da Unicamp (Adunicamp), representando o Fórum das Seis.