No 1º dia após demissões de 600 funcionários conveniados, CSs ficaram com só um clínico geral
Quem precisou ir a uma das unidades de pronto atendimento de Campinas precisou de uma dose extra de paciência na quinta (14). No primeiro dia após a demissão dos mais de 600 funcionários contratados por meio do convênio com o Cândido Ferreira, os PAs da cidade trabalhavam com menos médicos para atender aos casos de menor gravidade, enquanto dois médicos atendem aos casos de urgência e emergência vindos pelo Samu, Bombeiros e ambulâncias das concessionárias que administram rodovias. “Geralmente ficam dois ou três clínicos atendendo, hoje (quinta) tem um só”, comentou Janaína Freitas, que procurou o PA São José.
A situação foi mais complicada no PA Centro. Dois médicos estavam atendendo a um público que, por volta das 11h, era de aproximadamente 40 pessoas na sala de espera. “Tem gente aqui esperando cinco horas, é desumano deixar apenas um médico atendendo”, afirma a esteticista Ana Giseide. A auxiliar Melissa Santos contou que chegou por volta das 8h, já esperava há três horas e não tinha previsão de atendimento. “Não sei que hora saio daqui, mas dependo do SUS e não tenho escolha”, conta. No PA Anchieta, os usuários relataram que ao chegar na unidade eram informados sobre a falta de médicos.
O secretário de Saúde Cármino de Souza explicou que os responsáveis pelas unidades montaram escalas de forma a minimizar o impacto das demissões com o fim do convênio. “Estamos realocando as escalas dos médicos, mas eles não fazem hora extra. Outros profissionais trabalham com hora extra, como motorista de ambulância”, afirma.
O secretário disse que o movimento nas unidades e o tempo de espera foram normais na última quinta. “O tempo de espera nas nossas unidades não foi diferente do que habitualmente é. Nós tivemos um probleminha no sistema do SAMU, que está mais sobrecarregado. Hoje (ontem) foram 192 chamados, um número elevadíssimo em relação ao habitual”, diz.
Souza contou que, para dar conta do aumento no número de ligações, precisou realocar mais funcionários para atender ao 192. “Foi um dia difícil, tivemos que deslocar médicos, mas do ponto de vista da assistência não houve problema fora do normal”, diz.
Contratações
A escala de plantão dos médicos do Hospital Municipal Mário Gatti foi reformulada para evitar a desassistência. Tanto que ontem a espera por atendimento estava abaixo da média, sem reflexos no atendimento. Para evitar a desassistência na Saúde, a secretaria abriu 200 vagas para a contratação de médicos. Desde total, já foram preenchidas 146 vagas. Segundo a Secretaria de Recursos Humanos, 51 profissionais assumem hoje. Na segunda-feira outros 17 médicos tomam posse e os 16 restantes devem assumir no decorrer da semana. Outros 52 profissionais escolheram postos na quarta-feira e devem assumir no decorrer da próxima semana. Nos próximos 15 dias, 643 profissionais devem assumir.
A Prefeitura lança hoje um edital para contratar 243 médicos. O concurso abrirá outras 39 vagas para técnicos de saneamento, agentes de apoio à saúde, biomédicos e enfermeiros. A prova será em maio e as inscrições começam em 18 de março. A intenção é substituir, paulatinamente os profissionais temporários pelos concursados.