Caminhão deixou o Cidade Satélite Iris, onde foram servidas 14.965 refeições
Moradores do Residencial Sirius, no distrito do Campo Grande, retiram marmita do programa Bom Prato itinerante, vendida a R$ 1: caminhão permanece no local até 12 de agosto (Diogo Zacarias)
A unidade móvel do Bom Prato, programa do governo do Estado de São Paulo de segurança alimentar, começou a venda de marmitas no segundo ponto de Campinas. Na última segunda-feira, moradores do Residencial Sirius, na região do distrito do Campo Grande, tiveram a oportunidade de comprar a refeição pelo custo de R$ 1. Anteriormente, o caminhão da entidade realizou o serviço entre 17 de março até 27 de maio no bairro Cidade Satélite Iris, também no Campo Grande, onde foram servidas 14.965 refeições.
Segundo a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social, que administra o programa, as refeições são vendidas agora na Praça Comunitária do Sirius, localizada na Rua José Humberto Bronca. O caminhão chega ao local por volta das 11h30 e permanece até que a entrega das 300 marmitas seja finalizada. Moradores em situação de rua e crianças com até seis anos não precisam pagar pela refeição.
Ainda segundo a Pasta, o caminhão permanece até o dia 12 de agosto no Residencial Sirius e depois irá para outro lugar, onde também ficará cerca de dois meses. A Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social não divulga onde será essa futura área, mas diz que estuda diversos locais em Campinas para o envio da unidade móvel do Bom Prato. "A escolha dos locais de atendimento leva em conta a densidade populacional, vulnerabilidade social e a distância das unidades fixas", informou através de nota.
Todos os restaurantes fixos do Bom Prato funcionam de segunda a sexta-feira, das 7h às 9h para o café da manhã, com o almoço a partir das 10h30, preferencialmente para idosos, e 11h para o público em geral. O jantar é servido a partir das 17h. O café da manhã é vendido por R$ 0,50, com uma média de 300 vendas por dia. Já o almoço e a janta são comercializados por R$ 1, sendo que no jantar são mais de 300 refeições. O Estado manteve a prorrogação até o dia 31 de julho da gratuidade do Bom Prato para pessoas em situação de rua. Para receber a refeição sem pagar, a pessoa precisa estar cadastrada junto à prefeitura.
Água no feijão
Por volta das 6h30, o primeiro funcionário chega ao Bom Prato, na sede do Centro de Campinas, e coloca o feijão para cozinhar. A partir disso, 2,1 mil refeições serão feitas, sendo que 1,8 mil são vendidas na região central, enquanto 300 marmitas são encaminhadas para serem distribuídas pela unidade móvel. O cardápio de hoje foi arroz, feijão, batata doce e moela ao molho.
O transporte dos alimentos é feito em caixas térmicas hotbox para garantir a segurança sanitária e a temperatura das refeições. "É um projeto muito bom, que leva refeições para pessoas que estão longe do Centro, mas que também passam por necessidades e uma marmita mais barata já ajuda nas contas do mês", afirmou a gerente do Bom Prato Campinas, Juliana Segato.
O caminhão, do tipo VUC (Veículo Urbano de Carga), chega na praça do Satélite Iris pouco antes das 11h. Três funcionários se revezam na cobrança das marmitas e na entrega - crianças até seis anos não pagam. O calor não estava fácil, a fila estava grande e mal havia sombra, mas nenhuma das pessoas arredou o pé do espaço improvisado na Rua Alcídio Rodell para receber a unidade móvel do Bom Prato, no bairro Cidade Satélite Iris.
"A comida é muito boa. A ideia de trazer para os bairros foi excelente, porque fica muito distante para a gente que mora aqui ir até o Centro para conseguir pagar mais barato", afirmou o autônomo Joel Fernandes Sousas, de 34 anos, que estava acompanhado do filho e da sobrinha.
A dona de casa Adriana Rosa Bezerra, de 51 anos, moradora do Satélite Iris, contou que está com uma visita em sua casa, e com isso, mais três crianças vieram morar com ela. Por isso, a refeição oferecida pelo Bom Prato está ajudando a equilibrar as finanças. "Eu morava em outra região da cidade e vim pra cá. Notei que aqui tem muito mais assistência para a população que meu antigo bairro. A comida também é muito boa e barata. Já vim pegar antes e vou continuar vindo aqui", afirmou.
O projeto, segundo o governo do Estado, tem como objetivo alcançar bolsões de pobreza a mais de dois quilômetros de uma unidade fixa e que não possuem recursos para deslocamento. "Em tempos de crise, para economizar até no gás, com certeza vale a pena", disse a dona de casa Sônia Fátima Flausino, de 48 anos. A gerente do Bom Prato explicou que cada pessoa pode pegar uma marmita por vez, mas ela pode retornar à fila e pegar outra refeição.
Este foi o caso da diarista Sirlei Aparecida, de 51 anos, que voltou para a fila para pegar uma marmita para a filha. "Ela está com 16 anos e não consegue emprego. Eu estou trabalhando só duas vezes por semana. Então vem de grande ajuda aqui", disse. A distribuição das refeições durou cerca de 45 minutos. Infelizmente, duas pessoas chegaram muito tarde e não deu tempo de levar a marmita.