TELEMEDICINA

Unicamp testa triagem de paciente por celular

Pesquisa comprova eficácia de procedimento que agiliza socorro

Rogério Verzignasse
17/09/2018 às 07:24.
Atualizado em 22/04/2022 às 02:41
Celular pode ser uma ferramenta importante para o diagnóstico: aplicativos, como o WhatsApp, ampliam as conexões de rede em todo o mundo (iStock)

Celular pode ser uma ferramenta importante para o diagnóstico: aplicativos, como o WhatsApp, ampliam as conexões de rede em todo o mundo (iStock)

Uma pesquisa desenvolvida na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp busca uma alternativa para reduzir o tempo para avaliação dos pacientes com traumas e acidentes neurológicos. O mero smartphone, no caso, pode ser usado como ferramenta para agilizar a triagem e o atendimento de quem precisa de socorro. O projeto foi desenvolvido pelo neurocirurgião Luiz Adriano Esteves, que verificou a segurança e a eficácia do procedimento. Será possível, no caso, apressar a recepção e o tratamento, com base na gravidade do quadro. Hoje, quando sofre um trauma neurológico, o cidadão precisa comparecer pessoalmente à triagem com o médico, que avalia as lesões e aponta o procedimento adequado. Acontece que o pronto-socorro nem sempre possui um especialista de plantão, e o paciente é levado às pressas para outro local, à procura da triagem especializada. Se perde tempo, dinheiro e, principalmente, o tratamento rápido. O avanço na área de transmissão de dados e a evolução dos celulares tornam a telemedicina uma realidade. “O uso do smartphone para triagem neurológica pode ser importante para apressar o socorro a quem, por exemplo, tenha sofrido um derrame ou traumatismo craniano”, diz o neurocirurgião. Para concluir o estudo, Esteves comparou a eficiência dos diagnósticos feitos por cinco especialistas, a partir de imagens em que os pacientes tinham sido vítimas de traumatismo cranioencefálico, AVC, cefaleia, hemorragias ou tumores. As imagens captadas no pronto-atendimento foram enviadas por celular aos médicos, e eles conseguiram identificar alterações patológicas na tomografia, identificar pacientes potencialmente graves e fazer com segurança o encaminhamento a centros cirúrgicos. O índice de acerto dos diagnósticos foi pleno. O interessante, lembra o médico, é que, em 78 dos 232 casos avaliados, se perdeu tempo para o deslocamento do paciente a outros municípios, até os serviços de referência em neurocirurgia. O intervalo de tempo entre o momento de instalação do evento neurológico e o atendimento variou de uma hora até 730 horas. Um drama que vai acabar. A utilização de smartphones mostrou-se extremamente segura. Dos 26 casos de cirurgia imediata, os avaliadores só não optaram pela conduta em três casos, mas mesmo assim propuseram a transferência do paciente para um serviço com neurocirurgia”, diz Esteves.

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