FINANÇAS

Unicamp suspende reposição de funcionários por crise

Preocupação do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU) é com a reposição de servidores que se afastam ou se aposentam nos serviços de saúde da universidade

Cecília Polycarpo
cecília.cebalho@rac.com.br
12/04/2015 às 05:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 16:45

Áreas como a de saúde da Unicamp também serão afetadas, com redução em 50% da reposição de pessoal que se afaste do cargo ou se aposente ( Cedoc/ RAC)

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) suspendeu a reposição de funcionários técnicos administrativos na Administração Central e reduziu em 50% na área da Saúde e 25% nas faculdades, institutos e colégios técnicos, até agosto do ano que vem. As medidas fazem parte do plano de contingenciamento de recursos da universidade, que passa por crise financeira. O cenário é agravado pela situação econômica delicada do País e possibilidade de menor arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) — 2,5% deste montante é destinado ao custeio das universidades paulistas. Em nove meses de 2014, o repasse previsto pela Secretaria da Fazenda do Estado para Unicamp foi menor do que o de fato realizado. A preocupação do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU) é com a reposição de servidores que se afastam ou se aposentam nos serviços de saúde da universidade. A instituição tem hoje duas importantes unidades para a região, o Hospital de Clínicas e o Hospital da Mulher (Caism), que hoje, segundo o STU, já têm estrangulamento em seus quadros de funcionários. Em nota oficial, a Unicamp disse que a “o desaquecimento da atividade econômica e a consequente queda da arrecadação do ICMS nos meses finais de 2014, já indicavam que haveria dificuldades para manter o equilíbrio do Orçamento-2015”. Segundo a nota, a elaboração do orçamento da Unicamp levou em conta essas restrições. A proposta para este ano é de R$ 2.233.176.448. A universidade diz ainda que os recursos bloqueados poderão ser liberados com a retomada do crescimento da arrecadação de ICMS. A STU cogita convocar uma greve no dia 16, quando se reúnem em assembleia geral para discutir o assunto. O coordenador do sindicato, João Raimundo Mendonça de Souza, afirmou que a organização já se manifestou contra em relação ao plano de redução de gastos. Para Souza, ainda que o cenário econômico da Unicamp não seja bom, contingenciar contratação em áreas essenciais pode afetar diretamente a população. Para Souza, compromissos como a equiparação dos salários da Unicamp ao da Universidade de São Paulo (USP), que do uma das bandeiras da campanha do reitor José Tadeu Jorge. “Alguns compromissos devem ser mantidos. O contingenciamento deve ser feito com ética. Dá para a reitoria usar outros recursos para manter as promessas.”Em cargos de Ensino Médio completo, a diferença salarial entre funcionários de USP e Unicamp chega a 20%. A crise também atingiu a Universidade Estadual Paulista (Unesp), que também cortou promoções. A progressão na carreira de professores e técnicos está suspensa, desde portaria publicada em março. Na USP, a falta de recursos fez o Hospital Universitário, no Campus Butantã, reduzir atendimentos no Hospital Universitário. Depois da adesão de funcionários ao plano de demissão voluntária (PDV), aposta da reitoria para sanar as contas da instituição, o pronto-socorro passou a atender apenas a urgências e emergências. Casos de menor gravidade são encaminhados para postos de saúde. A USP, Unesp e Unicamp recebem 9,57% da cota de ICMS.A Unicamp possui 18,3 mil alunos na graduação e 16,1 mil na pós-graduação, em 68 cursos, além de 1,9 mil estudantes no Colégio Técnico de Campinas (Cotuca). Nos campi da Unicamp trabalham 2 mil professores e 7,8 mil técnicos administrativos.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Anuncie
(19) 3736-3085
comercial@rac.com.br
Fale Conosco
(19) 3772-8000
Central do Assinante
(19) 3736-3200
WhatsApp
(19) 9 9998-9902
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por