CAMPINAS

Unicamp retoma calendário de ensino nesta terça

Após três meses de conflito e de incertezas sobre o ano letivo, ato na reitoria marcou o fim da greve de um grupo de alunos iniciada em maio

Shana Pereira
08/08/2016 às 20:44.
Atualizado em 22/04/2022 às 23:09
Protesto de alunos da Unicamp contra cotas raciais,corte de verbas e aniversário do acordo feito com a Reitoriar
 (César Rodrigues)

Protesto de alunos da Unicamp contra cotas raciais,corte de verbas e aniversário do acordo feito com a Reitoriar (César Rodrigues)

Após três meses de conflito e de incertezas sobre o ano letivo, os estudantes grevistas “devolvem” nesta terça-feira (9) o campus para a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) para a retomada do calendário de ensino da instituição. Um ato em frente à reitoria marcou nesta segunda (8) o encerramento do movimento, que começou em maio. Durante o ato, os alunos voltaram a pedir a não punição dos estudantes que impediram professores de lecionar durante o período de greve. A greve havia sido encerrada na semana passada, no entanto, alguns estudantes ainda bloqueavam o acesso ao Ciclo Básico 1 e o Pavilhão Básico. O início da reposição das aulas perdidas no primeiro semestre começa na terça. Já o segundo semestre ficou acordado para iniciar depois do dia 28 deste mês. Durante o ato, os estudantes fizeram um “pôster bomber”, onde colaram em uma das paredes do campus fotos de personalidades negras que marcaram a história do País e do mundo. Os alunos entoaram paródias alusivas sobre a sindicância. Os universitários também cantaram “Parabéns”, que segundo eles, nesta segunda foi o aniversário do descumprimento do acordo da reitoria feito com estudantes no período de greve. O ato aconteceu em frente à reitoria e Diretoria-Geral de Administração (DGA), onde estava prevista a oitiva referente a sindicância do aluno Guilherme Montenegro que também é coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE), que aparece em um vídeo interrompendo a aula do professor Serguei Popov, do Instituto de Matemática. A nova audição das partes está marcada para quarta-feira (10), às 9h, e os universitários afirmam que irão realizar um novo ato em apoio ao estudante. Montenegro informou que o diretório protocolou um pedido de nulidade do processo de sindicância. “Nós do DCE achamos que a comissão deveria ser suspensa provisoriamente ou ter o arquivamento (do processo). Esse documento traz elementos que precisam ser investigados antes de dar andamento”, afirmou. Segundo ele, a comissão está composta por professores que são contra o movimento e queriam que houvesse uma investigação em relação ao ato. E que o documento protocolado é para informar que não está sendo cumprindo o acordo com a reitoria, de princípios de democracia e transparência. Em assembléia ontem, alunos do Instituto de Geociência decidiram continuar em greve, em apoio a Montenegro, onde ele estuda. Unicamp Em nota, a Unicamp informou que “espera que os alunos reconheçam o resultado da assembleia realizada pelo DCE na semana passada e que decidiu pelo fim dos piquetes”. Em relação ao depoimento do estudante Guilherme Montenegro, a comissão disciplinar da Unicamp, que apura infrações cometidas durante a greve dos alunos, foi remarcado para quarta-feira às 13h. A oitiva do professor Serguei Popov também está remarcada para o mesmo dia, às 15h. A Unicamp informou ainda que a Administração Central vem adotando medidas tanto em âmbito institucional quanto judicial para apurar os excessos cometidos durante a greve dos estudantes.

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