LOTADOS

Unicamp restringe atendimento pediátrico por 48 horas

Medida foi tomada devido ao aumento expressivo na procura do serviço de saúde de crianças com síndromes respiratórias

Da Redação do Correio Popular
19/04/2022 às 08:52.
Atualizado em 19/04/2022 às 08:52
Campinas possui, atualmente, 105 leitos de UTI Infantil à disposição da população (Pixabay)

Campinas possui, atualmente, 105 leitos de UTI Infantil à disposição da população (Pixabay)

A Unidade de Emergência Referenciada Pediátrica do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp vai restringir os atendimentos pediátricos por pelo menos 48 horas, conforme informou a Superintendência do HC. A situação será avaliada diariamente para decidir a suspensão ou manutenção da restrição.

A medida foi definida pelo aumento expressivo na procura por atendimento de crianças com síndromes respiratórias. Todos os 36 leitos de enfermaria de Pedatria e os 20 leitos da UTI Pediátrica estavam ocupados ontem. Com isso, a Superintendência do HC solicitou à Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (CROSS), à Diretoria Regional de Saúde (DRS-7), aos serviços de resgate das rodovias, ao Samu, às prefeituras da região e para o grupamento Águia da Polícia Militar que nenhum paciente seja encaminhado nas próximas 48 horas. Mais da metade dos leitos estão com pacientes com síndromes respiratórias.

UTI Infantil

Campinas possui, atualmente, 105 leitos de UTI Infantil à disposição da população, sendo que 95 estão com pacientes, uma ocupação de 90,4%. São cinco hospitalizados a mais que na quinta-feira, 14, data da última divulgação dos dados.

Vale frisar que no boletim epidemiológico divulgado pela Prefeitura o HC da Unicamp aparece com 19 de 20 leitos ocupados, portanto, é possível que os números tenham sido encerrados antes da lotação total no HC. 

O SUS Municipal está com 100% de ocupação nos 34 leitos, enquanto a rede particular, com 9 leitos disponíveis e 42 com pacientes, o equivalente a 82,3% de ocupação.

Desses 95 pacientes contabilizados pela Prefeitura, mais da metade, 56, estão internados com alguma Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Mais uma vez todos os 59 leitos de enfermaria estão ocupados. Ainda há onze crianças à espera de vagas e assistidas nos prontos-socorros, de acordo com o divulgado. Eram 24 na quinta-feira.

Preocupação com as crianças

Para o membro do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e professor titular de Pediatria da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Ricardo Queiroz Gurgel, é fundamental reforçar a importância da vacinação das crianças para impedir tanto doenças respiratórias, como a covid-19, quanto outras que não circulavam mais no Brasil e agora podem retornar - como já aconteceu com o sarampo. 

"A cobertura vacinal contra a covid-19 não está boa nessa faixa etária das crianças. A cobertura de outras vacinas também está muito baixa. Isso por si só já é motivo para preocupação e deveria demandar ação mais intensa do governo para que as coberturas retornem ao patamar em que sempre estiveram. Corremos o risco de ter o retorno de doenças, como já ocorreu com o sarampo, que voltou. A poliomelite também pode voltar se a gente não voltar à cobertura de antes".

Até o dia 14, Campinas tinha apenas 36,1% das crianças vacinadas com duas doses contra a covid-19. Em relação às outras vacinas, o país viu, em seis anos, a média de cobertura vacinal despencar de 97% para 68%. A desinformação, em grande parte ocasionada pelas notícias mentirosas e boatos, é tida como um dos principais obstáculos para a retomada dos bons números da década passada.

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