ECONOMIA

Unicamp planeja gerar energia solar

Com aporte de R$ 9,5 milhões da Aneel e recursos privados, 1ª etapa deve ser concluída este ano

Rogério Verzignasse
21/06/2018 às 07:31.
Atualizado em 28/04/2022 às 13:26
Universidade promove no prédio do CIS-Guanabara cursos sobre a tecnologia, que vem conquistando mais adeptos por todo o País e vai sustentar três prédios em Barão Geraldo  (Leandro Torres/AAN)

Universidade promove no prédio do CIS-Guanabara cursos sobre a tecnologia, que vem conquistando mais adeptos por todo o País e vai sustentar três prédios em Barão Geraldo (Leandro Torres/AAN)

Até o final deste ano, três prédios importantes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) serão autossuficientes em energia elétrica. Trata-se da primeira etapa de um projeto ambicioso, o Campus Sustentável, que vai recorrer à energia solar para movimentar o maior número possível de departamentos. Os recursos para o financiamento das pesquisas e a compra de materiais vêm de parcerias firmadas com a iniciativa privada. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) faz o aporte de R$ 9,5 milhões em recursos. A verba, no caso, é parte do montante arrecadado junto às concessionárias do sistema nacional de geração e distribuição energética para o financiamento dos programas de pesquisa e desenvolvimento (P&D). No caso do campus, o dinheiro vem da CPFL Energia. Também é importante a participação da BYD do Brasil, empresa chinesa instalada no Terminal Intermodal de Cargas de Campinas (TIC), que fez a doação de 300 painéis solares à Unicamp. Todas as peças serão instaladas no prédio da Faculdade de Engenharia Elétrica e da Computação (Feec). Atualmente, elas permanecem no Centro Cultural de Inclusão e Integração Social da Unicamp (CIS-Guanabara), onde os técnicos envolvidos ministram palestras sobre energia fotovoltaica e formam mão de obra para o segmento. Além da Feec, vão receber painéis o Ginásio Multidisciplinar e o Instituto de Geociências. Nessas duas unidades, as peças serão compradas com os recursos liberados pela Aneel. E a escolha dos três imóveis não foi por acaso. Os idealizadores do programa fizeram a opção por prédios dotados de estruturas de sustentação capazes de suportar o peso dos painéis gigantescos. De acordo com o professor Marcelo Gradella Villalva, da coordenação do projeto, a primeira etapa de execução deve gerar 2% de toda a energia consumida atualmente pelo campus campineiro. E não é pouco. A cada ano, para se ter uma ideia, a Unicamp gasta R$ 25 milhões para pagar as contas de energia. Com os painéis instalados, o campus vai economizar R$ 500 mil por ano. O Campus Sustentável tem, naturalmente, o objetivo de combater o desperdício e fazer cortes radicais nas despesas milionárias. Mas não é só o caixa que agradece. Os técnicos vão mergulhar em estudos sobre a energia fotovoltaica, e como ela pode beneficiar, do lado de fora do campus, consumidores residenciais e industriais, que gera conhecimento em benefício da sociedade. “A energia solar precisa fazer parte da cultura nacional. Hoje em dia o cidadão que investe em painéis solares para a própria residência consegue, em quatro anos, recuperar o valor investido na instalação”, pondera o professor.

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