RANKING MUNDIAL

Unicamp ocupa o 232º lugar entre as maiores do planeta

Na América Latina, é a 10ª melhor, enquanto no Brasil, mantém-se em 2º lugar

Luis Eduardo de Sousa/[email protected]
07/06/2024 às 09:18.
Atualizado em 07/06/2024 às 09:18
Apesar da queda no ranking, a pontuação geral da Unicamp teve uma leve melhora em relação ao ano passado, passando de 42,7 para 42,9; segundo o pró-reitor de Desenvolvimento Universitário, Fernando Sarti, a descida não preocupa a universidade e se deve à inclusão de novas instituições na avaliação, o que explicaria a queda nas posições (Alessandro Torres)

Apesar da queda no ranking, a pontuação geral da Unicamp teve uma leve melhora em relação ao ano passado, passando de 42,7 para 42,9; segundo o pró-reitor de Desenvolvimento Universitário, Fernando Sarti, a descida não preocupa a universidade e se deve à inclusão de novas instituições na avaliação, o que explicaria a queda nas posições (Alessandro Torres)

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) caiu doze posições e agora ocupa o 232º lugar no QS World University Ranking 2025, um dos mais importantes rankings universitários internacionais. No ano anterior, a instituição estava na 220ª posição. Na América Latina, a Unicamp é a 10ª melhor universidade, enquanto no Brasil, mantém-se em 2º lugar, atrás apenas da Universidade de São Paulo (USP).

Apesar da queda no ranking, a pontuação geral da Unicamp teve uma leve melhora em relação ao ano passado, passando de 42,7 para 42,9. Segundo o pró-reitor de Desenvolvimento Universitário, Fernando Sarti, a descida não preocupa a universidade e se deve à inclusão de novas instituições na avaliação, o que explicaria a queda nas posições mesmo com a melhora na pontuação. "São mais instituições avaliadas, muitas delas com menos alunos e focadas em atingir alta pontuação no ranking para atrair interessados", afirmou Sarti.

O ranking considera nove indicadores com pesos diferentes: reputação acadêmica (30%), citações por docente (20%), reputação empresarial (15%), relação aluno-docente (10%), resultados de emprego (5%), internacionalização do corpo docente (5%), internacionalização do corpo discente (5%), rede internacional de pesquisa (5%) e sustentabilidade (5%). Sarti destaca que, de modo geral, o resultado permaneceu estável, o que é significativo para a instituição de ensino e pesquisa localizada em Campinas.

A posição de 232ª no ranking global coloca a Unicamp entre as 15,6% melhores universidades do mundo, em um universo de 5.663 avaliadas, das quais 1.503 foram classificadas. Na América Latina, 194 instituições foram avaliadas, sendo 35 delas brasileiras. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) ocupa a 3ª posição entre as brasileiras.

Entre os nove indicadores avaliados, a Unicamp se destaca na rede internacional de pesquisa, com 85,4 pontos, e na reputação acadêmica, com 71,8 pontos. Ambos os indicadores apresentaram elevação nas notas: no ano passado, a rede internacional de pesquisa recebeu 53,7 pontos, e a reputação acadêmica, 70,3 pontos. Outro indicador que registrou aumento foi "resultados de emprego", com a universidade recebendo 25,1 pontos na pesquisa atual, contra 9,6 na anterior.

Os indicadores que apresentaram queda na pontuação foram "reputação empresarial", com 40,3 pontos (anteriormente 50,1), "sustentabilidade", com 65,9 pontos (antes 74,8) e citações por docente, com 24,3 pontos (anteriormente 24,9).

"Uma queda de 10, 20, ou mesmo 30 posições no ranking não é motivo de preocupação. Devemos nos preocupar se a queda ultrapassar 50 posições, pois isso indicaria algum problema. Se analisarmos criteriosamente, as diferenças entre universidades próximas no ranking são mínimas, sendo decididas por casas decimais. Ou seja, melhora-se um quesito, piora-se outro, e as variações ocorrem", explicou Sarti ao Correio Popular.

Segundo o pró-reitor de Desenvolvimento Universitário da Unicamp, a queda da universidade no QS World University Ranking 2025 também se justifica pela entrada de novas instituições na avaliação. Enquanto edições anteriores avaliavam cerca de 2 mil universidades, a edição atual analisou mais de 5 mil. "Muitas das universidades que entraram no ranking miram os pontos mais importantes do índice para pontuar bem e atrair mais interessados. Muitas delas são privadas, com circunstâncias muito diferentes das da Unicamp. Algumas, por exemplo, têm 300 alunos, enquanto a Unicamp possui dezenas de milhares. Essas questões contribuem para a variação", explicou Fernando Sarti.

As pontuações da Unicamp em cada item avaliado foram as seguintes, em uma escala de 0 a 100: reputação acadêmica (71,8); citações por docente (24,9); reputação empresarial (40,3); resultados de emprego (25,1); relação aluno-docente (14,7); internacionalização do corpo docente (10,7); rede internacional de pesquisa (85,4); internacionalização do corpo discente (2,7) e sustentabilidade (65,9).

De acordo com a consultoria QS, a avaliação dos indicadores acadêmicos do ranking 2025 envolveu a análise de 17,4 milhões de publicações e 175,9 milhões de citações. Para os indicadores de reputação, foram reunidas 1,9 milhão de indicações de pesquisadores e 660 mil indicações empresariais.

VISÃO DOS ALUNOS

Isabela Gonçalves, de 18 anos, não teve dúvidas ao escolher a Unicamp para cursar engenharia mecânica. "É uma das universidades que mais têm atividades extracurriculares, por isso quis estudar aqui. Gosto muito da estrutura e dos lugares, é um ambiente muito agradável", declarou Isabela, que considerou positiva a colocação da universidade no QS WUR 2025. "É bom saber que escolhemos certo", acrescentou.

Nícolas Gomes, 21 anos, aluno de ciências exatas, também elogiou a Unicamp. "A Unicamp para mim é algo mágico. Sinto que dão muita oportunidade para aprender, apesar das dificuldades da graduação. A estrutura é boa, os livros, as muitas oportunidades que são dadas", comentou. Seu colega Michael Dias, também de 21 anos, completou: "Aqui tem uma atmosfera de inserção na área de estudo, professores de outros países e grandes personalidades do mundo intelectual, além das parcerias da universidade, como com o laboratório Sírius. Não precisa sair daqui para ter oportunidades, está tudo ao redor".

Por outro lado, José Mário dos Santos, 26 anos, aluno de física, apontou áreas a serem melhoradas. "Para uma universidade bem conceituada como a Unicamp, considero que a interação aluno-docente é muito frágil. Não há camaradagem, e sim muitos atritos, pelo menos no meu curso", criticou. "Quanto à estrutura, o bandejão poderia ser melhor, servir uma comida mais digna aos alunos", sugeriu.

RECONHECIMENTO

No ano passado, outro ranking analisou 430 instituições em 25 países e colocou a Unicamp como a 2ª melhor da América Latina e Caribe, atrás apenas da USP e da Pontifícia Universidade Católica do Chile. O Ranking QS (Quacquarelli Symonds) manteve a Unicamp como a 2ª melhor do Brasil, com a USP na liderança.

"Não devemos comemorar quando subimos dez posições, nem nos prostrar quando caímos. Para uma instituição do tamanho da Unicamp, o ideal é manter a estabilidade e ganhar pontuação gradualmente. Todavia, é uma posição honrosa estarmos entre as melhores instituições do mundo e, sobretudo, no país e na América Latina", concluiu Sarti.

Entre as recentes contribuições da Unicamp estão o desenvolvimento de um aplicativo, em parceria com o Ministério Público do Trabalho, para combater o assédio no meio profissional. Além disso, dois estudos recentes mapeiam focos de malária, ajudando a encontrar soluções para prevenir a doença e tratar as vítimas.

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