INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Unicamp é destaque em ranking de patentes

Universidade registrou 68 invenções no INPI em 2024

Da Redação
05/06/2025 às 09:50.
Atualizado em 05/06/2025 às 10:50
Renato Lopes, diretor-executivo da Inova Unicamp, afirma que desempenho da universidade nessa área é resultado das ações estratégicas adotadas pela agência (Kamá Ribeiro)

Renato Lopes, diretor-executivo da Inova Unicamp, afirma que desempenho da universidade nessa área é resultado das ações estratégicas adotadas pela agência (Kamá Ribeiro)

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) foi a instituição paulista de ensino público com mais pedidos de patente depositados no Brasil em 2024. Segundo o ranking divulgado pelo Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (Inpi), a Unicamp está em sexto lugar geral com 68 novas invenções registradas como titular, um resultado 70% superior ao verificado em 2023 (40 registros). A Universidade de São Paulo (USP) ficou na décima posição, com 29 depósitos, enquanto a Universidade Estadual Paulista (Unesp) conseguiu o 33º lugar, com 24 patentes depositadas em território nacional.

Apesar de não detalhar quantas dessas novas invenções foram licenciadas ou estão em processo de licenciamento para serem utilizadas pelo mercado, a Agência de Inovação da Unicamp (Inova Unicamp), responsável por depositar os pedidos de patente no Inpi, destacou os resultados referentes aos contratos de transferência de tecnologia ativos. Isto é, acordos que permitem que as invenções sejam exploradas comercialmente. Em 2024 existiam 233 acordos vigentes de transferência de tecnologia. O número representa um aumento de 9,9% em relação aos vínculos formalizados ano anterior (212 acordos), que já havia registrado um recorde.

O diretor-executivo da Inova Unicamp, Renato Lopes, afirmou que a conquista da sexta posição no ranking geral de inovação do Inpi reflete a qualidade do trabalho desenvolvido pela universidade e das ações estratégicas adotadas pela agência. Essas atividades foram feitas com foco no atendimento mais personalizado aos docentes, pesquisadores e alunos da instituição de ensino e da divulgação do processo de proteção da propriedade intelectual para a comunidade acadêmica.

Lopes projetou ainda, apesar de não expressar a análise em números, que há um cenário positivo para mais patentes serem depositadas e mais contratos de transferência de tecnologia serem firmados em 2025. Segundo ele, os segmentos mais aquecidos nas duas categorias são das áreas de biotecnologia, alimentação, tecnologia da informação e energia. "O depósito de patente é oriundo das pesquisas que a universidade desenvolve. Se é um estudo com uma problemática vinda de uma empresa para a Unicamp, já há uma aplicabilidade. Logo, são pesquisas que talvez tenham uma tendência maior a gerar uma patente. Já o licenciamento depende mais do momento de mercado. Porém, somos otimistas, pois a Unicamp segue produzindo resultados muito bons no ambiente acadêmico, que facilitam o pedido de depósito de patentes e também a oferta de tecnologias ao mercado. É o ciclo virtuoso da inovação", comentou.

Um exemplo de patente licenciada na Unicamp no ano passado, mas registrada em 2015, é o Case, sigla para Consequence Analysis Simulator Environment. Esse software pioneiro de computador usa métodos numéricos e algoritmos para simular o comportamento de fluidos (líquidos e gases) em diferentes situações para avaliar riscos para indústrias. Por exemplo, os impactos causados por explosões acidentais em uma fábrica de combustíveis. Isso poderá auxiliar na prevenção e mitigação dos perigos, com a criação de medidas prévias de emergência.

Criador da ferramenta, o professor Sávio Souza Venâncio Vianna, docente na Faculdade de Engenharia Química da Unicamp, comenta a importância das pesquisas para a sociedade brasileira. "As pesquisas desenvolvidas aqui resultam em impactos positivos para todos nós. Do ponto de vista financeiro, os retornos econômicos delas pagam o que é investido pelo poder público. Do ponto de vista acadêmico, formamos novos especialistas, como a Isabela Barreto Tolentino. Fui orientador dela no mestrado e foi a partir dessa tese que o Case nasceu. E quando uma empresa licencia essa patente, ela utiliza esse estudo para crescer, gerando novos empregos. É um ciclo completo."

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