SUSTENTÁVEL

Unicamp e CPFL investem em economia de energia

Parceria das instituições prevê uma série de medidas para diminuir consumo e produzir energia elétrica no campus

Letícia Guimarães
31/01/2018 às 22:15.
Atualizado em 22/04/2022 às 09:29
Serão trocados 160 aparelhos de ar-condicionado antigos no campus e economia pode chegar a R$ 1 milhãor
 (Carlos Sousa Ramos/AAN)

Serão trocados 160 aparelhos de ar-condicionado antigos no campus e economia pode chegar a R$ 1 milhãor (Carlos Sousa Ramos/AAN)

A Unicamp anunciou nesta quarta-feira (31) o Projeto Campus Sustentável, parceria com a CPFL Energia para promover no campus um laboratório vivo de geração renovável de energia, ações de eficiência energética, monitoramento e gestão do consumo de energia. De acordo com a empresa, o investimento será de R$ 8,1 milhões, sendo R$ 3,4 milhões nas ações de eficiência energética e R$ 4,7 milhões em pesquisa e desenvolvimento. Para o reitor Marcelo Knobel, ações como essa são imprescindíveis para o desenvolvimento do Brasil, já que será idealizado dentro de uma universidade, gerando conhecimento e poderá ser replicado fora dela. O programa será realizado em três anos e, inicialmente, a economia pode chegar a R$1 milhão por ano, podendo ultrapassar esses números a partir do segundo ano, quando haverá dados de diagnóstico de consumo que servirão como base para outras ações. Atualmente, a Unicamp gasta em torno de R$ 25 milhões por ano com energia elétrica. A vice-reitora Teresa Atvars afirma que isso corresponde a 25% do custeio da universidade. De acordo com o prefeito do campus, Armando Geraldo, o uso de energia equivale a uma cidade de 100 mil habitantes. O professor da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação (FEEC), Luiz Carlos da Silva, será o responsável pela coordenação do Campus Sustentável, e diz que a Unicamp e a CPFL já são parceiras em outros projetos, como a usina de geração de energia solar no bairro Tanquinho, carro elétrico, telhado solar, armazenamento de energia e desagregação de consumo, mas todos ficam fora do campus. “Essa é a primeira vez que um projeto deste porte será realizada pela Unicamp e para a Unicamp”. A oportunidade surgiu a partir de um edital da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que institui que as concessionárias de energia utilizem parte do dinheiro em programas como esse. “A partir do segundo semestre vamos ter geração própria de energia aqui dentro e a implantação do sistema de medição de energia. No segundo ano e no terceiro serão coletadas estas informações para programar as ações de eficiência energética e implementá-las”, explicou Silva. O programa é composto de sete subprojetos que poderão ser replicados futuramente em outras universidades. Um deles é criação de um minicentro que irá supervisionar os transformadores no campus, fazendo medições que irão permitir a implantação de um sistema de gerenciamento de energia. Será desenvolvida uma ferramenta para gestão de energia na Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) que aplicará Internet das Coisas para monitorar em tempo real a utilização de energia em salas e prédios. Também será desenvolvido um cronograma de cursos de eficiência energética e geração distribuída na graduação e pós-graduação. Serão instaladas vinte plantas de geração solar, distribuídas por todo o campus. De acordo com o gerente de inovação da CPFL, Renato Povia, esses painéis fotovoltaicos terão a capacidade de 571kw quando o sol estiver no pico de altura. “Isso corresponde o atendimento de 386 residências”. Foram identificados 160 aparelhos de ar-condicionado na FEM que estão velhos ou consumindo mais do que o normal, e serão trocados. Segundo a CPFL, estima-se que 45% da energia consumida na Universidade seja para a climatização. O programa Campus Sustentável também compreende o monitoramento do mercado livre de energia, do qual a Unicamp adquire a eletricidade. Além disso, será dado início à etiquetagem de prédios da Unicamp com selo que ateste a eficiência do consumo. Segundo Felipe Zaia, gerente de eficiência energética da CPFL, quando se trata de eficiência, se fala em uso racional dos recursos naturais, mas produzindo o mesmo conforto. “Um dos pilares da CPFL é estar em busca de mundo mais sustentável, e a Unicamp querer tornar o campus mais eficiente, então são objetivos associados e alinhados”, disse Zaia. Silva diz que o projeto envolve professores e funcionários, que vão trabalhar de maneira voluntária. “A Unicamp já lidera em questão de ensino e pesquisa, e é necessário que ela passe a ser destaque também em desenvolvimento sustentável. Nenhuma universidade tem medição de consumo de energia individualizada, a USP tem 20%, e nós pretendemos chegar a 100%. É importante porque se a gente não sabe quanto de energia está sendo consumida em cada prédio, como saberemos quanto há de desperdício?”  

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